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EUA

Estado de emergência em Elizabeth City, cidade onde homem negro foi morto pela polícia

27 abr, 2021 - 10:50 • Olímpia Mairos

Advogados da família da vítima dizem que foi baleado na nuca quando estava com as mãos no volante do carro. Sete agentes estão suspensos, enquanto são investigados pelo Departamento de Investigação do Estado.

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As autoridades norte-americanas temem protestos nas ruas, depois de se saber que o homem negro morto na passada semana por polícias foi baleado na nuca e estava com as mãos no volante do carro em que seguia, quando foi atingido.

A informação foi avançada pelos advogados da família da vítima, em conferência de imprensa, depois de a advogada Chantel Cherry-Lassiter ter visto 20 segundos de imagens filmadas por uma “câmara corporal” dos polícias, juntamente com familiares de Andrew Brown Jr., morto por agentes que cumpriam mandados de busca e detenção relacionados com droga.

A morte gerou protestos noturnos e apelos por justiça em Elizabeth City, com cerca de 18.000 habitantes, e também no leste do estado da Carolina do Norte.

Até ao momento, as autoridades divulgaram pouca informação e o vídeo ainda não foi divulgado.

A advogada Lassiter afirmou que Brown não parecia ser uma ameaça para os agentes, quando tentava fazer recuar o carro junto à sua casa, afastando-se dos polícias de armas em punho.

Já questionado sobre se Brown tinha sido atingido por trás, o advogado Harry Daniels afirmou: “Sim, na parte de trás da cabeça”.

O relato de uma testemunha ocular indicava que o homem tinha sido baleado nas costas quando tentava fugir.

Os advogados da família de Brown criticaram o procurador do condado de Pasquotank, R. Michael Cox, a quem atribuíram a decisão de limitar as imagens mostradas, a apenas 20 segundos de um vídeo de apenas uma das "bodycams".

Por sua vez, o xerife do condado de Pasquotank, Tommy Wooten II, admitiu que vários polícias dispararam. Sete agentes estão suspensos, enquanto são investigados pelo Departamento de Investigação do Estado.

Na semana passada, a luta contra a discriminação racial contra negros nos Estados Unidos viu uma vitória na justiça. Derek Chauvin, polícia durante 19 anos em Minneapolis, foi considerado culpado pela morte de Floyd em três crimes de homicídio diferentes.

A morte de George Floyd, aos 46 anos, aconteceu em 25 de maio de 2020, na sequência da sua detenção pela polícia de Minneapolis, por suspeita de tentar pagar a conta do supermercado com uma nota falsa de 20 dólares (cerca de 16 euros).

Desde a morte de George Floyd, houve nos Estados Unidos pelo menos 7.750 manifestações associadas ao movimento 'Black Lives Matter' (As vidas dos negros interessam') em 2.000 localidades dos 50 estados do país, segundo uma contagem da Universidade de Princeton e do Armed Conflict Location and Event Data Project, organização que pesquisa protestos em todo o mundo.

Os protestos antirracistas aumentaram e alargaram-se para o resto do mundo e grupos de extrema-direita foram acusados de tentarem infiltrar-se nas manifestações, juntando membros e organizando planos através das redes sociais.

Milhares de manifestantes foram para as ruas de cidades da Europa, Austrália, Coreia do Sul ou Japão, para exigir o fim da brutalidade policial.

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