29 abr, 2021 - 09:34 • Marta Grosso
Os astrónomos do Centro de Astrofísica da Universidade de Queensland, na Austrália, anunciaram uma nova descoberta no espaço: o “TOI-1431b”, um planeta três vezes maior que Júpiter e extraordinariamente quente.
O “TOI-1431b” (ou “MASCARA-5b”) está a cerca de 490 anos-luz de distância da Terra e é um dos planetas mais quentes já identificados – as temperaturas são tão altas que permitem vaporizar a maioria dos metais; são mais altas do que lava derretida, podendo atingir os 2.700 graus Celsius durante o dia (ou 3.000 K) e os 2.300 ºC durante a noite.
O astrofísico Brett Addison descreveu-o como “um mundo infernal”, onde “nenhuma vida seria capaz de sobreviver”.
“É um planeta gigante gasoso”, no qual não existe “uma superfície sólida, como nos planetas do sistema solar”, adiantou, citado pela imprensa australiana.
“É basicamente uma atmosfera muito grande e profunda”, resume.
O “TOI-1431b” foi primeiro detetado pela NASA, através do satélite TESS (Transiting Exoplanet Survey), mas nessa altura ainda não se sabia que se tratava de um planeta.
A equipa do Centro de Astrofísica da Universidade de Southern Queensland, em Toowoomba, liderada por Brett Addison, precisou de meses de investigação para provar que o que foi inicialmente chamado de “objeto de interesse TESS” era, de facto, um planeta.
“Eu poderia lentamente começar a ver uma órbita a formar-se nos dados e, conforme recolhíamos mais e mais dados, eu podia ver que ‘sim, este é definitivamente um planeta’”, conta.
O “TOI-1431b” nem sempre esteve onde está agora e não se formou perto da estrela que agora atua como seu hospedeiro, adianta o investigador.