05 mai, 2021 - 21:07 • Hélio Carvalho
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O Presidente Joe Biden anunciou esta quarta-feira que apoia o levantamento de patentes das vacinas contra a Covid-19, numa tentativa de apoiar os esforços globais de vacinar a população mundial em países com falta de doses, especialmente na Índia e na América do Sul.
Os Estados Unidos da América é um dos países com o processo de vacinação mais avançado, tendo já aberto a vacinação a todas as faixas etárias.
Até agora, o país sempre se opôs às propostas da Organização Mundial do Comércio (OMC) de levantar as patentes das farmacêuticas, mas a pressão dentro do próprio partido Democrata, por centenas de organizações não-governamentais, vencedores de prémios Nobel, Organização Mundial de Saúde, entre várias outras entidades, fez Biden repensar a estratégia internacional.
Esta quarta-feira, a representante da administração Biden na OMC, Katherine Tai, anunciou a mudança de posição.
"Esta é uma crise global e as circunstâncias extraordinárias da pandemia da Covid-19 pede medidas extraordinárias. A administração acredita fortemente na proteção da propriedade intelectual, mas para acabar com esta pandemia, apoia o levantamento destas proteções às vacinas contra a Covid-19", disse Tai, num comunicado citado pelo New York Times.
Katherine Tai também revelou que o país irá negociar com a OMC, avisando que poderiam demorar. No início do dia, a OMC também reuniu com outros países para propor o levantamento de patentes e rever programas de vacinação.
O diretor-geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala, pediu aos Estados-membros para negociar o mais rapidamente possível, de modo a levantar as patentes e apoiar a distribuição de vacinas pelo mundo.
"Estou firmemente convencido que, assim que nos sentarmos com um texto concreto à frente, iremos encontrar um caminho pragmático para a frente", disse numa reunião do Conselho Geral da OMC.
A decisão não é, no entanto, o fechar do capítulo. As empresas farmacêuticas que desenvolveram as vacinas têm-se oposto aos apelos, não só por questões de proteção intelectual, mas por defenderem que seria difícil e moroso conseguir habilitar fábricas pelo mundo inteiro para que possam produzir vacinas.