06 mai, 2021 - 23:04 • Lusa
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O Brasil ultrapassou esta quinta-feira os 15 milhões de casos (15.003.563) de infeção pelo novo coronavírus, após ter contabilizado 73.380 diagnósticos positivos nas últimas 24 horas, informou o Ministério da Saúde.
O país sul-americano, com 212 milhões de habitantes e um dos mais afetados em todo o mundo pela pandemia, demorou pouco mais de 14 meses para chegar a 15 milhões de infeções.
Depois dos Estados Unidos e da Índia, o Brasil é o segundo país no mundo com mais casos positivos de covid-19 em números absolutos.
Em relação ao número de mortes, a nação sul-americana aproxima-se das 417 mil vítimas mortais (416.949), após ter somado 2.550 óbitos entre quarta-feira e hoje, segundo o último boletim epidemiológico difundido pela tutela da Saúde.
São Paulo, foco da pandemia no país, é o Estado que concentra maior número de infeções (2.969.680), sendo seguido por Minas Gerais (1.396.534), Rio Grande do Sul (995.734) e Paraná (970.957).
Já as unidades federativas que concentram mais óbitos são São Paulo (99.406), Rio de Janeiro (45.914), Minas Gerais (35.165) e Rio Grande do Sul (25.668).
Num momento em que o Congresso brasileiro teme que as polémicas insinuações contra a China feitas na quarta-feira pelo Presidente, Jair Bolsonaro, prejudiquem a aquisição de vacinas, o Governo chinês afirmou hoje que se opõe à "politização e estigmatização do vírus", sem se referir diretamente ao país sul-americano.
Questionado pela agência AFP sobre a declaração de Bolsonaro, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Wang Wenbin, evitou citar diretamente o chefe de Estado brasileiro, mas defendeu a cooperação entre países na luta contra a pandemia.
"O vírus é o inimigo comum da humanidade. A tarefa urgente agora é juntar todos os países numa cooperação anti-epidemia e num esforço para uma vitória antecipada e completa sobre a pandemia. Opomo-nos firmemente a qualquer tentativa de politizar e estigmatizar o vírus", disse à AFP o porta-voz chinês, citado pelo jornal O Globo.
Numa cerimónia pública na quarta-feira, em Brasília, Bolsonaro, sem citar explicitamente a China, insinuou que o novo coronavírus pode ter sido criado em laboratório para uma "guerra química".
"É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou nasceu porque um ser humano ingeriu um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos a enfrentar uma nova guerra?", declarou Bolsonaro.
O presidente brasileiro questionou também "qual o país" cujo PIB (Produto Interno Bruto) "mais cresceu" durante a pandemia.
Mais tarde, o chefe de Estado frisou que "não falou a palavra China" no seu polémico discurso.
No entanto, os legisladores temem que as declarações do líder da extrema-direita brasileira possam incomodar o país asiático e prejudicar a importação de matéria-prima necessária à fabricação no Brasil da vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, a mais utilizada até agora na campanha brasileira de imunização contra a doença.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.244.598 mortos no mundo, resultantes de mais de 155,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.