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Confrontos com a polícia em Jerusalém. “Há centenas de feridos”

10 mai, 2021 - 09:33 • Lusa

Palestinianos protestam contra a possibilidade de várias famílias serem despejadas de Jerusalém Oriental. Polícia diz estar a trabalhar para tentar conter a violência na Esplanada das Mesquitas e ONU marcou reunião de emergência. Protestos já chegaram à Turquia.

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Pelo menos 215 palestinianos ficaram feridos nesta segunda-feira, em confrontos com a polícia israelita na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental, segundo um novo balanço feito por fontes médicas locais.

Os confrontos com polícias israelitas fizeram 215 feridos, indica o serviço de emergência do Crescente Vermelho, referindo que mais de 153 pessoas tiveram de ser levadas para hospitais locais ou transferidas para hospitais de campanha da entidade noutras cidades.

Ao início da manhã, as agências noticiosas avançavam que pelo menos 50 palestinianos tinham sido hospitalizados.

"Há centenas de feridos nos confrontos", disse fonte do Crescente Vermelho Palestiniano, numa breve mensagem aos jornalistas.

Nesta segunda-feira de madrugada, centenas de palestinianos lançaram pedras e outros objetos contra os polícias israelitas que estavam na Esplanada das Mesquitas, o terceiro local mais sagrado do Islão, chamado Monte do Templo pelos judeus.

As forças de segurança israelitas responderam com gás lacrimogéneo, balas de borracha e granadas de atordoamento.

Um jornalista da agência de notícias AFP viu dezenas de feridos a ser retirados da Esplanada em ambulâncias, que circulavam ao redor da Cidade Velha de Jerusalém.

A polícia israelita disse, em comunicado, que está a trabalhar para tentar conter a violência na Esplanada, mas também "em outros setores da Cidade Velha de Jerusalém".

"As orações continuam como de costume" no Muro das Lamentações, que fica ao lado da Esplanada, mas "não permitiremos que extremistas ameacem a segurança do público", acrescentou a polícia.

Israel também atacou na noite de domingo alvos do grupo islâmico Hamas em Gaza, após o lançamento de foguetes e balões incendiários a partir do enclave, anunciou hoje o exército israelita.

ONU reúne-se de emergência

Perante esta escalada da violência, o Conselho de Segurança da ONU vai reunir-se nesta segunda-feira, a pedido da Tunísia.

A onda de violência coincidiu com o "Dia de Jerusalém", marcando, de acordo com o calendário hebraico, a conquista de Jerusalém Oriental pelo Estado hebraico.

A tensão agravou-se nos últimos dias em Jerusalém e na região, após o aumento de confrontos entre palestinianos e a polícia israelita em Jerusalém.

Na sexta-feira, mais de 200 pessoas ficaram feridas em confrontos entre a polícia israelita e palestinianos, na Esplanada das Mesquitas.

Os quatro membros do Quarteto do Médio Oriente (ONU, UE, Estados Unidos e Rússia) manifestaram, no sábado, "profunda preocupação" perante os confrontos em Jerusalém e pediram contenção às autoridades israelitas.

Os confrontos entre a polícia israelita e palestinianos durante várias noites na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental, são já considerados os maiores desde 2017, quando Israel decidiu colocar detetores de metais na entrada do local, para depois desistir da ideia.

Os palestinianos protestam há vários dias contra a possibilidade de várias famílias palestinianas virem a ser despejadas das suas casas em Jerusalém Oriental – numa área da cidade ocupada e anexada por Israel – em favor de colonos israelitas.

Milhares protestam na Turquia contra ocupação israelita

Milhares de pessoas estão concentradas nesta segunda-feira em frente ao consulado de Israel em Istambul para protestar contra a “ocupação” israelita de Jerusalém, onde a polícia tem vindo a intervir nos últimos dias contra fiéis na mesquita de Al Aqsa.

Durante a madrugada, após a oração noturna do Ramadão, manifestantes dirigiram-se à esplanada em frente ao consulado israelita naquela cidade turca e gritaram: "Israel assassino, fora da Palestina".

O protesto foi convocado pela organização não-governamental islâmica de ajuda humanitária IHH e fundações nacionalistas próximas do Governo, cujos representantes prometeram nos seus discursos à multidão "lutar até o dia do julgamento se necessário" para libertar a Cidade Santa da ocupação israelita.

"Israel não escuta as palavras. A única linguagem que entende é a força", disseram num vídeo transmitido ao vivo pela IHH nas redes sociais.


[Notícia atualizada às 10h45 com novo balanço de vítimas]

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