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Air France e Airbus vão a julgamento pelo acidente de 2009 no Atlântico

12 mai, 2021 - 11:03 • Lusa

A companhia aérea já disse “tomar nota” da decisão, mas insiste que não teve qualquer responsabilidade penal no acidente “por muito trágico que tivesse sido” e que pretende recorrer junto do Supremo Tribunal francês.

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Um tribunal de Paris decidiu esta quarta-feira que a companhia aérea Air France e a fabricante aeronáutica Airbus devem ir a julgamento pelo acidente do aparelho que se despenhou no Atlântico em 2009 com 228 pessoas a bordo.

Fontes judiciais indicaram que representantes da Air France e da Airbus vão ter de comparecer no Tribunal de Paris pelo delito de homicídio involuntário.

A decisão divulgada esta quarta-feira, em conformidade com a posição da Procuradoria, pretendeu invalidar o arquivamento do caso, em 2019, no final do processo de instrução.

Numa primeira reação, a companhia aérea disse “tomar nota” da decisão, mas insiste que não teve qualquer responsabilidade penal no acidente “por muito trágico que tivesse sido” e que pretende recorrer junto do Supremo Tribunal francês.

Numa breve declaração, a Air France afirma que “reitera a confiança nos pilotos e pessoal de voo e recorda que a segurança dos clientes e dos funcionários é um imperativo absoluto”.

A Airbus disse que a decisão do tribunal de Paris “não reflete, em nenhum ponto, as conclusões da instrução” que tinham levado ao arquivamento em 2019, agora revogado.

Por isso, o fabricante do avião que se despenhou quando fazia a ligação entre o Rio de Janeiro e Paris fez saber que vai também recorrer junto do Supremo que depois vai decidir finalmente sobre a realização de um julgamento e o eventual apuramento de responsabilidades.

Para os juízes de instrução, o acidente de 1 de junho de 2009, que envolveu um aparelho da Air France que voava entre o Brasil e França, foi o resultado de um conjunto de elementos que não tinham sido levados em conta e que puseram em evidência uma série de riscos que não tinham sido considerados anteriormente.

O Gabinete de Investigação e Análise (BEA, na sigla em francês), o organismo francês encarregado da investigação técnica, estabeleceu em 2012 que o avião se precipitou no Atlântico depois de um bloqueio provocado pelo gelo e que afetou os sistemas de medição da velocidade do aparelho.

Esta circunstância impediu os pilotos de receberem a informação correta das condições de navegação quando atravessavam uma zona de turbulência, não tendo, assim, aplicado o protocolo adequado, elevando o rumo do aparelho até que perdeu a horizontalidade deixando de planar e colocando-se numa situação de queda livre.

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  • José J C Cruz Pinto
    13 mai, 2021 ILHAVO 14:32
    Esta postura da Air France é totalmente enviesada e falsa. O acidente deu-se por manifesta impreparação da tripulação, habituada a voar aparelhos sofisticados só recorrendo a instrumentos e computadores de bordo. Qualquer piloto, se experimentado e bem treinado, e até meros curiosos, têm de saber que, quando os comandos vibram desalmadamente, enquanto se ouve um sintetizador de voz "berrar" que está a gerar-se "falta de sustentação", a solução é uma e só uma: baixar o "nariz" do avião e ganhar velocidade; depois de ganha a sustentação, logo se vê o que é preciso fazer. Como a reconstituição do malogrado vôo demonstrou (vd. National Geographic, salvo erro) entraram em queda livre, que durou largos minutos, tendo o avião caído de barriga, com o nariz levantado. O embate numa verdadeira parede (ou chão) de água (não muito diferente se fosse de betão) "compactou" e desfez o aparelho por completo.

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