12 mai, 2021 - 18:05 • Redação
A Federação Internacional dos Jornalistas (IFJ, na sigla inglesa) acusa a China de usar a pandemia da Covid-19 para espalhar "fake news" nas redes sociais e na comunicação social, de forma a desacreditar a imprensa ocidental e melhorar a sua imagem no exterior.
Em relatório publicado esta quarta-feira, a IFJ revela que, "à medida que a pandemia começou a espalhar-se, Pequim usou a sua infraestrutura 'media' global para plantar narrativas positivas sobre a China nos 'media' nacionais e mobilizar mais táticas modernas, como a desinformação".
Com estratégias como programas de formação, viagens pagas a jornalistas e crescente poder sobre órgãos de informação locais, a China conseguiu sair da pandemia da Covid-19 "com uma cobertura global das suas ações e políticas mais positivas do que pré-pandemia".
A expulsão de, pelo menos, 18 jornalistas estrangeiros criou um vácuo de informação que a China preencheu com o fornecimento gratuito, por via de acordos, de conteúdo aprovado pelo Estado, traduzido para as línguas oficiais dos países não-anglófonos de destino.
São conclusões tiradas de uma sondagem a 54 sindicatos de jornalistas de 50 países e territórios diferentes, nos seis continentes, e de debates em vários países, entre dezembro de 2020 e janeiro de 2021.
A IFJ também conclui que a China se aproveitou das redes sociais para espalhar desinformação, nomeadamente sobre o novo coronavírus. Ainda que o Twitter e o Facebook sejam proibidos naquele país, vários políticos e embaixadores "amigos" do Estado chinês terão ajudado a espalhar informação falsa - a favor de Pequim e contra o Ocidente.
Durante um debate, uma dos autores do relatório, Julia Bergin, afirmou que Pequim não só tenta melhorar a imagem da China, mas também descredibilizar os órgãos de informação ocidentais.
"Não são apenas mensagens [positivas] sobre a China, mas também explorar mensagens [negativas] sobre o Oeste", explicou.
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