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Venezuela

Nicolás Maduro aceita conversar com Guaidó. “Onde e quando quiserem”

13 mai, 2021 - 06:40 • Lusa

Líder da oposição venezuelana propôs na terça-feira avançar com um “acordo de salvação nacional” entre as “forças democráticas” e o Governo de Maduro que inclua um calendário para eleições livres e o levantamento progressivo das sanções internacionais.

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O Presidente venezuelano anunciou estar disposto a reunir-se quando a oposição quiser, um dia depois de o líder opositor Juan Guaidó propor um “acordo de salvação da Venezuela, entre as “forças democráticas” e o regime, sob intermediação internacional.

“Agora (Juan) Guaidó quer sentar-se a dialogar comigo. Será que lhe deram a ordem a partir do Norte (EUA)?”, disse Nicolás Maduro na quarta-feira.

O Presidente da Venezuela falava durante uma reunião de trabalho com membros do Governo, transmitida pela televisão estatal.

“Estou de acordo em dialogar, com a ajuda da União Europeia, os Estados Unidos, o reino da Noruega e do Grupo de Contacto, e com toda a oposição para ver se deixam o caminho da guerra e se juntam ao eleitoral. Aprovada a proposta”, disse.

Nicolás Maduro frisou ainda estar na disposição de se reunir com a oposição “onde e quando quiserem".

O Presidente da Venezuela frisou ainda que se Juan Guaidó “quer dialogar, quer recapacitar” será “bem-vindo”.

“Mas tem de incorporar-se aos diálogos que já estão em curso. Não pense ele que é o líder supremo de um país que não o reconhece”, frisou.

O líder opositor venezuelano, Juan Guaidó, propôs na terça-feira avançar com um “acordo de salvação nacional” entre as “forças democráticas” e o Governo de Nicolás Maduro que inclua um calendário para eleições livres e levantamento progressivo das sanções internacionais.

“A gravidade da crise, os nossos aliados, a comunidade internacional e o que construímos ao longo dos anos nos dizem que devemos chegar a um acordo para salvar a Venezuela. Não a qualquer acordo ou negociação que mantenha igual o que hoje está (…) ou que troque espelhos por alguns encargos”, disse.

A proposta foi feita através de um vídeo, divulgado em Caracas, em que começa por dizer que o país “vive a pior crise” da sua história e que o momento atual “necessita de seriedade, empatia por quem mais sofre, ação ligada aos princípios e buscar ações realistas e viáveis”.

As propostas de Guaidó

“Estamos a usar todos os mecanismos e capacidades que dependem de nós, mas ainda temos que atingir o objetivo fundamental de recuperar nossa democracia”, afirmou.

Segundo Guaidó “a Venezuela precisa de um acordo de salvação nacional” que, “entre as forças democráticas representadas pelo governo interino, a Assembleia Nacional e a plataforma unitária, os atores que constituem e sustentam o regime e a comunidade internacional, especialmente as potências internacionais”.

“Propomos um acordo que inclua, a convocação de um calendário de eleições livres e justas: presidenciais, parlamentares, regionais e municipais com observação e apoio internacional”, explica.

O acordo, explicou, deve ainda incluir “a entrada maciça de ajuda humanitária e vacinas contra a Covid-19; garantias para todos os atores das forças democráticas e também do ‘chavismo’, com mecanismos para a reinstitucionalização da Venezuela”.

Também a libertação dos presos políticos, o regresso dos exilados, “justiça de transição”, o compromisso da comunidade internacional para a recuperação e “oferecer incentivos ao regime, incluindo o levantamento progressivo das sanções, condicionado ao cumprimento dos objetivos fundamentais do acordo”.

Guaidó diz que “ninguém confia na ‘ditadura’” e que é preciso “maior pressão nacional e internacional” para garantir um processo que inclua as garantias, mas também “mecanismos para prestação de contas” se o regime “tentar de novo evadir uma solução negociada”.

Guaidó disse ainda estar na disposição de participar em qualquer mecanismo para construir uma melhor unidade e legitimar a luta opositora, mas que “conspirar com a ‘ditadura’ para se legitimar como tirania, e oposição leal a essa tirania, não conduz à liberdade, mas à submissão e à normalização da pior tragédia” que o país já viveu.

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