17 mai, 2021 - 15:41 • Lusa
O Programa Alimentar Mundial (PAM) anunciou esta segunda-feira uma ajuda de emergência para mais de 51 mil pessoas na Faixa de Gaza, em reação às crescentes necessidades humanitárias da população daquele enclave palestiniano, envolvido numa escalada de violência com Israel.
Em colaboração com parceiros presentes no terreno, o PAM começou a fornecer uma ajuda monetária para permitir a compra de alimentos por parte da população do território, nomeadamente às pessoas que estão na zona norte de Gaza, segundo informou a agência do sistema das Nações Unidas com sede em Roma.
“Para as pessoas que perderam ou fugiram de casa, uma das necessidades mais urgentes no momento é a alimentação. A maneira mais rápida e eficaz de ajudá-las é dando-lhes dinheiro, na forma de ‘vouchers’ eletrónicos. Os alimentos estão disponíveis neste momento e muitas lojas locais ainda estão abertas", afirmou Samer AbdelJaber, representante do PAM e diretor nacional na Palestina, citado num comunicado.
No entanto, segundo frisou a agência da ONU, o encerramento das passagens para Gaza poderá em breve causar uma escassez de produtos básicos, incluindo alimentos, e provocar uma subida de preços.
“Os habitantes de Gaza já estão a viver no limite e muitas famílias estão a lutar para colocar comida na mesa. A situação [da população do enclave] deteriorou-se ainda mais no último ano devido às restrições relacionadas com a pandemia de covid-19”, disse, por sua vez, a diretora regional do PAM para o Médio Oriente e para o norte de África, Corinne Fleischer.
“A maioria da população não consegue resistir a mais choques”, acrescentou a representante.
Controlada pelo movimento radical islâmico Hamas desde 2007, a Faixa de Gaza é um enclave palestiniano sob bloqueio israelita há mais de uma década e onde vivem cerca de dois milhões de pessoas.
Em Gaza, o PAM fornece apoio regular a cerca de 260 mil pessoas através de transferências monetárias ou de outras formas que permitem a aquisição de bens alimentares.
A ajuda fornecida também passa pela atribuição direta de bens essenciais e pela promoção de projetos de apoio à subsistência.
Mais de dois terços da população de Gaza já sofria de insegurança alimentar antes da atual escalada de violência entre as forças israelitas e o Hamas, confrontos estes que já provocaram duas centenas de mortos no enclave, incluindo 59 menores, segundo os dados mais recentes do Ministério de Saúde local.
Os atuais combates entre israelitas e palestinianos são considerados os mais graves desde 2014.
Mais de metade da população de Gaza (53%) vive na pobreza e a taxa de desemprego neste território exíguo situa-se nos 45%.
O PAM afirma que precisa de 31,8 milhões de dólares (cerca de 26,1 milhões de euros) para fornecer ajuda a 435 mil pessoas vulneráveis em Gaza e na Cisjordânia durante um período de seis meses, e de 14 milhões de dólares (cerca de 11,5 milhões de euros) para prestar uma ajuda de emergência a 160 mil pessoas em Gaza e a outras 60 mil na Cisjordânia nos próximos três meses.