24 mai, 2021 - 16:28 • Redação com agências
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A Tailândia deu início, na passada sexta-feira, a um sistema de deteção de Covid-19 através de cães farejadores, treinados para detectar a infeção por SARS-CoV-2 em suor humano. A decisão surge numa altura em que o país enfrenta uma nova vaga do vírus, com uma grande percentagem de assintomáticos.
Três dos seis labradores treinados estrearam-se na Universidade Chulalongkorn de Bangkok, depois dos primeiros testes terem revelado uma eficácia de 95%, num estudo que contou com cerca de duas mil amostras.
"Os cães são muito rápidos no rastreio", disse o co-autor do estudo Thitiwat Sirprasart. "Com este ritmo, somos capazes de isolar aqueles que suspeitamos estar infectados daqueles que estão livres do vírus”, revelou.
A investigação, que decorre há mais de seis meses, permitiu concluir que os cães conseguem detectar um composto orgânico volátil segregado pelo suor dos doentes com Covid-19, mesmo na ausência de sintomas da doença. A identificação ocorre em apenas alguns segundos.
Para já, os cães não têm contacto direto com os cidadãos. As amostras de suor são recolhidas e armazenadas em pequenos recipientes de metal para que os labradores as analisem, uma a uma.
De acordo com os investigadores, quando uma infecção suspeita é encontrada, o cão pára e direciona o focinho para a amostra.
Torvorapanit explica que "o cheiro característico que sentem os animais surge apenas em caso de infecção”. “Diferentes tipos de vírus produzem diferentes tipos de cheiro", acrescenta.
Depois de comprovada a eficácia deste novo método, as autoridades preparam-se para enviar os animais para aeroportos e portos, onde há uma maior afluência de viajantes.
A Tailândia não é o primeiro país a recorrer a esta técnica. A Finlândia, o Chile, a Índia e a Alemanha também desenvolveram projectos de detecção do novo coronavírus com cães farejadores.