24 mai, 2021 - 08:58 • Sofia Freitas Moreira com Reuters
A líder deposta de Myanmar (antiga Birmânia) apareceu em público pela primeira vez desde o golpe de Estado que derrubou o seu governo a 1 de fevereiro.
Segundo a agência Reuters, Aung Suu Kyi marcou presença, esta segunda-feira, numa audiência judicial, onde se reuniu com a sua equipa legal durante cerca de 30 minutos.
Suu Kyi, 75 anos, que ganhou o Prémio Nobel da Paz em 1991 pelos seus esforços pela democracia no país, encontra-se entre as mais de quatro mil pessoas detidas desde o golpe de estado há quase quatro meses.
A antiga líder enfrenta acusações que vão desde a posse ilegal de rádios walkie-talkie, à violação de uma lei sobre segredos de Estado.
Ex-líder já tinha sido acusada de corrupção e inci(...)
Suu Kyi "desejou boa saúde às pessoas" na reunião com os seus advogados e fez também uma aparente referência ao seu partido, Liga Nacional para a Democracia, que poderia ser dissolvido em breve, avança a Reuters.
"Ela disse que o partido foi criado para o povo, para que o partido esteja lá enquanto o povo estiver", disse o advogado Thae Maung Maung.
A comissão eleitoral nomeada pela junta de Myanmar dissolverá o partido político de Suu Kyi por alegada fraude eleitoral na última eleição de novembro de 2020, informou a imprensa na sexta-feira, citando uma comissária, que ameaçou agir contra os "traidores" envolvidos.
O mesmo organismo pediu às autoridades para que pe(...)
Na primeira entrevista com os meios de comunicação social estrangeiros desde o golpe, o líder da junta militar, Min Aung Hlaing, também tinha dito que Suu Kyi estava de boa saúde, enquanto contestava também o número de pessoas mortas pelas forças de segurança em protestos desde o golpe.
A antiga Birmânia tem estado numa situação de caos desde que o exército tomou poder, com protestos diários, marchas e greves a nível nacional contra a junta, que respondeu com força letal. Mais de 800 pessoas morreram, segundo o grupo ativista da Associação de Assistência aos Prisioneiros Políticos.
Na entrevista que deu a 20 de maio, o general Min Aung Hlaing disse que o número real de baixas era de cerca de 300 e que 47 polícias também tinham sido mortos.
Min Nyo não teve acesso a advogado durante o julga(...)