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Cimeira de Líderes da UE começa com "provocações" de Rússia e Bielorrússia na mira

24 mai, 2021 - 20:16 • Lusa

A Bielorrússia obrigou um avião da Ryanair em trânsito a aterrar em Minsk e deteve um jornalista que tem estado na linha da frente da informação sobre os protestos naquele país.

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Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia iniciaram esta segunda-feira ao final da tarde em Bruxelas um Conselho Europeu no qual vão discutir as respostas a dar às "provocações" da Rússia e, agora, também da Bielorrússia.

Naquela que é a primeira cimeira presencial do ano de líderes da UE em Bruxelas, a sessão desta segunda-feira já era consagrada a política externa, mas a agenda ficou mais "preenchida" com a inclusão de uma discussão sobre eventuais sanções suplementares ao regime de Minsk encabeçado pelo Presidente Alexander Lukashenko, na sequência do desvio e aterragem forçada de um voo comercial da Ryanair, na véspera, para a detenção de um opositor.

Assim, durante o jantar de trabalho desta segunda-feira, os líderes dos 27 vão avaliar um novo pacote de sanções contra responsáveis bielorrussos, tendo sido vários os chefes de Estado e de Governo a reclamar, à chegada ao Conselho, "mão dura" da UE contra o regime de Lukashenko, após mais este incidente, por muitos classificado como "terrorismo de Estado".

O desvio do voo da Ryanair que ligava Atenas a Vílnius e aterragem forçada em Minsk permitiram às autoridades bielorrussas deter o jornalista bielorrusso Roman Protasevich, cujo canal Nexta na rede social Telegram se tornou a principal fonte de informação nas primeiras semanas de protestos antigovernamentais após as eleições presidenciais de agosto de 2020.

Além da Bielorrússia, os líderes da UE vão ter hoje à noite uma delicada "discussão estratégica" sobre a Rússia, que já esteve na agenda do Conselho Europeu de março passado, mas que foi adiado a partir do momento em que a cimeira, que deveria ser presencial, teve de passar a um formato virtual, devido ao agravamento da situação epidemiológica da Covid-19, por receios de segurança relacionados com a "vulnerabilidade" das videoconferências.

Agora que os líderes dos 27 podem voltar finalmente a reunir-se em Bruxelas, o que não sucedia desde dezembro de 2020 – as cimeiras do Porto de há duas semanas, em 7 e 8 de maio, foram as primeiras "físicas" de 2021, mas com uma agenda própria –, terá então lugar este debate sobre a Rússia, e designadamente as suas "ações provocatórias", como escreveu o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, na carta-convite dirigida aos líderes.

"As ações ilegais e provocatórias da Rússia têm prosseguido, tanto junto dos Estados-Membros da UE como fora, mais recentemente com a chamada lista de Estados não amigos. Um futuro debate entre nós poderia ser utilmente enquadrado por um relatório do Alto Representante e da Comissão, em conformidade com os cinco princípios orientadores das relações UE-Rússia", escreveu Charles Michel.

Ainda em matéria de política externa, os chefes de Estado e de Governo dos 27 vão discutir pela primeira vez as relações com o Reino Unido desde a consumação do "Brexit", no final de janeiro passado, e já à luz da entrada em vigor de forma definitiva, em 1 de maio, do Acordo de Comércio e Cooperação, que rege agora as relações entre as partes.

Fontes europeias indicaram que, não sendo pontos oficiais da agenda, há dois outros temas que muito provavelmente serão discutidos também na segunda-feira à noite: o conflito israelo-palestiniano e as migrações, este último por solicitação do primeiro-ministro italiano, Mário Draghi, pelo que a sessão noturna de hoje pode ser longa, de acordo com fontes europeias.

No segundo dia de trabalhos, terça-feira, os líderes europeus dedicar-se-ão aos outros dois grandes temas deste Conselho Europeu: a coordenação europeia no combate à pandemia da Covid-19, como não poderia deixar de ser – um tema "obrigatório" há já mais de um ano – e o combate às alterações climáticas.

Portugal estará representado na cimeira pelo primeiro-ministro, António Costa, presidente em exercício do Conselho da UE até final de junho, que não prestou declarações à chegada a este Conselho Europeu, que arrancou pouco depois das 19h30 locais (18h30 em Lisboa).

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