07 jun, 2021 - 19:33 • Filipe d'Avillez
Um dos jihadistas mais procurados na Nigéria acabou por morrer por ordem do Estado Islâmico.
Abubakar Shekau era líder do Boko Haram, uma organização terrorista que espalhou o terror pela Nigéria ao longo de mais de uma década, matando indiscriminadamente, perseguindo cristãos e raptando centenas de crianças e adolescentes, entre os quais muitas jovens raparigas.
Segundo o jornal britânico “The Guardian”, apesar de ser procurado pelas forças armadas e de segurança da Nigéria há anos, Shekau acabou por morrer depois de o Estado Islâmico ter ordenado a sua morte. A razão terá sido o facto de as ações do terrorista estarem a causar a morte de muitos muçulmanos, para além das vítimas de religiões minoritárias, incluindo cristãos.
Foi então que uma fação dissidente do Boko Haram, leal ao Estado Islâmico, se incumbiu de dar caça ao seu opositor, que se fez explodir quando estava quase a ser apanhado, numa região de floresta do nordeste da Nigéria. A morte terá acontecido no final de maio, mas só foi confirmada agora.
A morte de Shekau é uma boa notícia para as autoridades nigerianas, mas o facto de ter sido assassinado por outros jihadistas realça a ameaça crescente que o fundamentalismo islâmico está a colocar a toda esta região do centro de África. Há dias mais de uma centena de pessoas morreu num atentado no Burkina Faso, a Somália continua a ser controlada em larga medida por jihadistas do Al-Shabaab, Moçambique vê-se a braços com uma insurreição em Cabo Delgado e há vários outros pontos de conflito aberto.
O Boko Haram foi fundado há cerca de duas décadas e era liderado por Shekau desde 2009. O nome do grupo significa “A educação ocidental é pecado” e os ataques a escolas têm sido frequentes desde a sua fundação.