14 jun, 2021 - 21:27 • Filipe d'Avillez
O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou esta segunda-feira que o seu país vai ser admitido na NATO.
Numa mensagem publicada na rede social Twitter, em ucraniano e em inglês, Volodymyr Zelensky deu o dado como adquirido, mas sem referir qualquer data ou prazo para a sua efetivação.
“Congratulo a compreensão dos membros da NATO dos riscos e desafios que enfrentamos”, começa por escrever Zelensky.
“Os líderes da NATO confirmaram que a Ucrânia vai tornar-se membro da Aliança”, prossegue.
O chefe de Estado diz depois que o Plano de Ação para Adesão (MAP), que a Ucrânia solicitou há década e meia, mas que ainda não obteve, é uma parte integral desse processo e termina dizendo que o país “merece apreciação pelo papel que desempenha na garantia da segurança Euro-Atlântica.
A declaração de Zelensky causou grande surpresa, uma vez que não veio acompanhada de qualquer afirmação no mesmo sentido de outras figuras da NATO.
Na mesma rede social um jornalista da Associated Press, correspondente da Casa Branca, diz que ao saber da notícia questionou diretamente o secretário de Estado Blinken, dos EUA, que lhe garantiu que não houve qualquer alteração relativa à situação da Ucrânia e da sua adesão à NATO.
A questão da adesão da Ucrânia à NATO é muito sensível, uma vez que a Rússia tem deixado muito claro que considera a expansão da Aliança para a sua zona de influência uma provocação. O final da Guerra Fria não fez desaparecer a tensão entre Moscovo e o ocidente, personificada na Aliança Atlântica.
Ao longo dos últimos anos a Rússia tem levado a cabo várias ações que agravaram essa tensão, incluindo o apoio aos separatistas no leste da Ucrânia e a invasão e anexação da Crimeia. Caso a Ucrânia fosse membro da NATO nessa altura essas ações obrigariam à intervenção do resto dos estados-membros para defender a integridade territorial do país.
Moscovo ainda não reagiu oficialmente à declaração feita por Zelinsky.