25 jun, 2021 - 21:00 • Filipe d'Avillez com Lusa
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A Alemanha colocou Portugal na lista de países de risco por causa do aumento de casos de Covid-19 no país.
O anúncio foi feito esta sexta-feira pelo Instituto Robert Koch, da Alemanha.
A nova classificação significa que passam a existir restrições para as viagens até Portugal e que quem regressa à Alemanha tem de fazer quarentena.
A decisão surgiu poucos dias depois de Angela Merkel ter criticado o facto de Portugal ter aberto as fronteiras a turistas britânicos, dizendo que era por isso que os casos estavam a aumentar.
O jornal alemão “Frankfurter Allgemeine” sublinha que esta é a "primeira vez em várias semanas" que um país que integra a União Europeia é colocado na lista de maior risco. O "FAZ" acrescenta que é "má sorte para os turistas" alemães que já estão em Portugal, ou para os que têm pensado fazer férias no país.
O período de 14 dias de quarentena passa a ser obrigatório, mesmo com a apresentação de teste negativo, comprovativo da toma completa da vacina ou comprovativo de imunidade. Passa também a ser obrigatório para os estrangeiros não residentes na Alemanha um registo digital prévio à entrada no país.
A decisão entrará em vigor às 00h00 de terça-feira (29 de junho).
Na sua origem estará o aumento da taxa de incidência de Portugal, que regista 137,5 casos por 100 mil habitantes. O número atual de infetados supera os 30 mil.
Na terça-feira, a chanceler alemã, Angela Merkel, criticou a falta de regras comuns na União Europeia (UE) relativamente às viagens e utilizou como exemplo o aumento de infeções em Portugal, uma situação que "podia ter sido evitada".
"O que lamento é que ainda não tenhamos sido capazes de alcançar um comportamento uniforme entre os Estados-membros em termos de restrições de viagem, isto é um retrocesso (...). Temos agora uma situação em Portugal, que talvez pudesse ter sido evitada", explicitou durante uma conferência de imprensa em Berlim.
Um documento da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional Doutor Ricardo Jorge (INSA) explicitou esta sexta-feira que a variante Delta, detetada na Índia, deverá ser responsável por mais de 70% das infeções na região de Lisboa e Vale do Tejo e que já poderá ser a predominante em Portugal.
Esta variante do SARS-CoV-2 é considerada mais contagiosa e possivelmente mais resistente a algumas vacinas.
A abertura das fronteiras para o Reino Unido chegou ao fim quando Londres decidiu colocar Portugal na sua lista âmbar, dissuadindo os turistas de viajar para o país.
[Notícia atualizada às 23h33]