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Nova espécie de homem pré-histórico descoberta em Israel

25 jun, 2021 - 12:28 • Olímpia Mairos com agências

Um grupo de investigadores da Universidade Hebraica de Jerusalém anunciou a descoberta de vestígios ósseos de uma espécie de homem pré-histórico até então desconhecida pela ciência. Os ossos descobertos datam de 140 mil a 120 mil anos antes de nossa era, avançam os cientistas.

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Foi descoberta em Israel uma nova espécie de homem pré-histórico que pode colocar em causa a tese atual de que os Neandertais surgiram na Europa, antes de migrarem para o sul, sugerindo que pelo menos alguns dos ancestrais dos neandertais tenham vindo do Levante.

As escavações arqueológicas conduzidas por uma equipa liderada por Yossi Zaidner foram realizadas perto da cidade central de Ramla e encontraram vestígios pré-históricos que não correspondem a nenhuma espécie conhecida de Homo, incluindo os humanos modernos (Homo sapiens).

No estudo publicado na revista Science, a equipa de antropólogos da Universidade de Telavive e a equipa de Zaidner definiram um novo tipo do género Homo: o Nesher Ramla, batizado em homenagem ao local onde foi encontrado.

Um novo tipo de Homo

A ossada data de 140 mil a 120 mil anos atrás e compartilha características comuns com os neandertais e outros tipos de homens arcaicos, disseram os investigadores, em comunicado. "Ao mesmo tempo, este tipo de Homo é muito diferente dos humanos modernos, com uma estrutura de crânio completamente diferente, sem queixo e dentes muito grandes", afirmaram.

De acordo com os investigadores, “os ossos descobertos datam de 140.000 a 120.000 anos antes de nossa era” e partilham características comuns com os Neandertais, nomeadamente ao “nível dos dentes e da mandíbula” e com outros “tipos homo arcaicos ao nível do crânio”.

“Ao mesmo tempo, este tipo de Homo é muito diferente dos humanos modernos, com uma estrutura de crânio completamente diferente, sem queixo e dentes muito grandes”, esclareceram os investigadores, em comunicado citado pela agência France-Presse (AFP).

Os investigadores encontraram ainda, no mesmo sítio arqueológico, a oito metros de profundidade, uma quantidade significativa de ossos de animais, cavalos e veados, além de ferramentas de pedra.

Uma descoberta que, no entender de Yossi Zaidner, “mostra que o Homo Nesher Ramla possuía tecnologias avançadas para a produção de ferramentas de pedra e muito provavelmente interagia com o Homo sapiens local”.

“Nunca imaginamos que, juntamente com o Homo Sapiens, um Homo arcaico teria rondado a Terra, em uma fase tão avançada da história humana", acrescentou o investigador.


Mais uma peça no quebra-cabeça da evolução humana

Já o professor e antropólogo Israel Hershkovitz, da Universidade de Telavive, citado pela agência France-Presse, refere que a descoberta do Nesher Ramla lança dúvidas sobre a teoria de que os neandertais surgiram pela primeira vez na Europa, antes de migrarem ao sul.

“Os fósseis de Nesher Ramla fazem-nos questionar essa teoria, sugerindo que os ancestrais dos Neandertais europeus já viveram no Levante há 400 mil anos”, explica o antropólogo.

As novas descobertas indicam que, “como uma encruzilhada entre África, Europa e Ásia, a terra de Israel serviu como um caldeirão, onde diferentes populações humanas se misturaram e se espalharam pelo Velho Mundo”, acrescenta a antropóloga da Universidade de Telavive, Rachel Sarig, realçando que “a descoberta escreve um novo e fascinante capítulo na história da Humanidade”.

A descoberta tem grande importância científica, segundo o antropólogo Hershkovitz, porque permite adicionar uma peça no quebra-cabeça da evolução humana e compreender melhor as migrações dos humanos na antiguidade.

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