25 jun, 2021 - 16:29 • Hélio Carvalho
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A seleção portuguesa vai defrontar a Bélgica em Sevilha para o Euro 2020, com uma sombra de polémica, depois das declarações do presidente da Assembleia da República. "Espero que os portugueses se desloquem de forma massiva para o sul de Espanha", disse Ferro Rodrigues, depois do empate da seleção na quarta-feira.
Mas a verdade é que a região da Andaluzia, da qual Sevilha é capital, não está nas melhores condições pandémicas para receber uma enchente de adeptos internacionais.
Segundo dados do Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), a região espanhola apresenta uma taxa de incidência entre 120 e 239 casos por 100 mil habitantes, entre os dias 7 e 20 de junho.
Por comparação, se a região seguisse as mesmas diretrizes implementadas em Portugal, estaria acima da matriz de risco e poderia ter de recuar no plano de desconfinamento.
Salvo as regiões de Múrcia e Valência, todas as regiões espanholas apresentam uma taxa de incidência entre 60 e 119 casos por 100 mil habitantes no período de duas semanas referido, segundo os mesmos dados do ECDC.
Os dados do Ministério da Saúde espanhol são ainda mais precisos e colocam a região firmemente na zona de risco. A Andaluzia registou esta sexta-feira mais 229 casos e apresenta uma taxa de incidência nos últimos 14 dias de 166,5 casos por 100 mil, habitantes.
Assim, a região onde se localiza a cidade de Sevilha apresenta uma incidência superior a todas as regiões continentais portuguesas, exceto a região de Lisboa e Vale do Tejo e a região do Algarve que, esta sexta-feira, apresentam uma taxa de incidência de 245.3 e 194.5 casos por 100 mil habitantes, respetivamente.
Segundo os mesmos dados do ministério espanhol, a cidade de Sevilha apresenta um índice de transmissibilidade, ou R(t), de 0,82.
No total, a região da Andaluzia registou 612.909 casos de Covid-19 desde o início da pandemia, e morreram 10.026 pessoas com a doença na região - Espanha registou 3.777.539 casos e 80.766 mortes.