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Portugal pede "cabal investigação" à morte de três trabalhadores humanitários na Etiópia

26 jun, 2021 - 00:04 • Lusa

Os Médicos Sem Fronteiras consideram estas mortes um "golpe devastador" para todos os trabalhadores.

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O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) apelou esta sexta-feira a uma "cabal investigação" à morte de três colaboradores da organização Médicos Sem Fronteiras, de nacionalidades espanhola e etiópe, na região do Tigray, Etiópia.

"Portugal apela a uma cabal investigação deste trágico acontecimento e reitera a importância do respeito pelo Direito Internacional Humanitário", refere o MNE em nota divulgada.

O Governo português "lamenta profundamente" o assassinato dos três colaboradores da organização Médicos Sem Fronteiras, a cujas famílias apresenta condolências, refere ainda o MNE.

Num comunicado divulgado esta sexta-feira, a MSF refere que perderam o contacto com a coordenadora de emergências espanhola María Hernández, o assistente de coordenação etíope Yohannes Halefom Reda e o motorista Tedros Gebremariam Gebremichael, também etíope, na tarde de quinta-feira.

O documento acrescenta que o veículo em que seguiam foi encontrado vazio durante a manhã de hoje e que os corpos dos funcionários estavam a "alguns metros de distância".

"Nenhumas palavras conseguem transmitir a nossa tristeza, choque e raiva perante este horrível ataque", acrescenta a organização, sediada em Genebra, Suíça.

"Condenamos este ataque contra os nossos colegas nos termos mais veementes e seremos incansáveis para tentar perceber o que aconteceu. María, Yohaness e Tedros estavam em Tigray a fornecer assistência ao povo e é inconcebível que tenham de dar as suas vidas por este trabalho", sublinhou a MSF.

Para a organização, a morte destes três membros é "um golpe devastador" para todos os que a integram.

"Manifestamos uma profunda tristeza, indignação e consternação", concluiu.

O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, Prémio Nobel da Paz em 2019, lançou uma intervenção militar em 04 de novembro para derrubar a Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF), o partido eleito e no poder no estado, e declarou a vitória em 28 de novembro, ainda que os combates continuem.

O Exército federal etíope foi apoiado por forças da Eritreia. Depois de vários dias, Abiy Ahmed declarou vitória em 28 de novembro, com a captura da capital regional, Mekele, frente à TPLF, partido que, até à chegada de Abiy Ahmed, controlou a Etiópia durante quase 30 anos.

No entanto os combates continuaram e as forças eritreias são acusadas de conduzirem vários massacres e crimes sexuais.

Na quarta-feira, um ataque aéreo que atingiu um mercado na região matou pelo menos 64 pessoas, segundo fontes médicas.

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