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Aborto

Maioria dos americanos defende restrições ao aborto a partir do segundo trimestre

29 jun, 2021 - 22:35 • Filipe d'Avillez

Uma sondagem feita pela Associated Press revela que 65% dos inquiridos acredita que o aborto deveria ser ilegal na maioria das situações a partir dos três meses de gravidez. O número sobe para os 80% a partir dos seis meses.

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A maioria dos americanos defende que o aborto deve ser ilegal em quase todas as situações a partir do segundo trimestre de gravidez, isto é, aos três meses de gestação, ou 12 semanas.

A sondagem, feita pela Associated Press-NORC Center for Public Affairs Research, vem confirmar que a maioria da população americana não concorda com a atual situação naquele país, que permite o aborto, em certas situações, até ao terceiro trimestre.

Embora os dados recolhidos pela sondagem mostrem que a maioria dos americanos continua a defender a legalidade do aborto, quase sem restrições, no primeiro trimestre de gravidez, ou até às 12 semanas de gestação, o caso muda de figura quando questionados sobre períodos posteriores.

Um total de 65% dos americanos pensa que o aborto deveria ser ilegal em quase todas as situações a partir das 12 semanas e o número sobe para 80% no que diz respeito ao terceiro trimestre.

A sondagem surge numa altura em que o Supremo Tribunal, que tem agora uma maioria de tendência conservadora, aceitou ouvir o caso de uma lei do estado do Mississippi que tornaria o aborto ilegal a partir das 15 semanas. Caso o Supremo considere que a lei é constitucional será a primeira vez desde 1973, quando o aborto foi legalizado a nível nacional pela decisão do caso Roe v. Wade, que se permite que o aborto seja limitado a uma data inferior à viabilidade fetal, que ronda as vinte e poucas semanas.

São boas notícias para os grupos pró-vida americanos, que procuram há muito tempo uma abertura do Supremo Tribunal que permita que o aborto seja regulamentado mais ao nível estadual.

Para Michael New, um académico que defende maiores restrições ao aborto, estes dados ajudam a contrariar “a narrativa de que a situação política do aborto, estabelecida por Roe v. Wade é substancialmente aceite” pela população.

Outro ativista, David O’Steen, diretor executivo da Comissão Nacional pelo Direito à Vida, diz que estes dados mostram que os defensores do aborto quase sem limites, que nos Estados Unidos incluem a quase totalidade do Partido Democrata, incluindo o Presidente Joe Biden, estão muito para além da opinião do americano comum.

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