05 jul, 2021 - 17:31 • Lusa
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou esta segunda-feira a presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE), durante o primeiro semestre deste ano, como “incrivelmente bem-sucedida”, apesar das dificuldades relacionadas com a pandemia.
O primeiro-ministro, António Costa, preside esta segunda-feira a uma cerimónia de balanço da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, com o ministro dos Negócios Estrangeiros e a secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias.
Numa mensagem em vídeo transmitida na ocasião, Ursula von der Leyen agradeceu a António Costa “por uma presidência incrivelmente bem-sucedida” e “por todo o trabalho realizado”.
“Quero destacar que, durante esta pandemia, alguns tópicos não teriam sido tão bem-sucedidos sem vocês como foram com a vossa presidência, como por exemplo a estratégia de vacinação” contra a convid-19, assinalou a responsável.
Presidência Portuguesa do Conselho Europeu
A quarta presidência portuguesa da União Europeia (...)
E exemplificou: “Lembro-me muito bem de ter dito que temos de começar juntos no dia 27 de dezembro. E fizemo-lo e passámos por todas as dificuldades juntos e é aqui que vê se existe ou não uma equipa quando se passa pelas dificuldades”.
Numa altura em que uma média de mais de 60% da população adulta da UE recebeu pelo menos uma dose da vacina anticovid-19 e que perto de 40% tem a vacinação completa, Ursula von der Leyen adiantou ser agora possível “colher juntos os frutos” da estratégia de inoculação.
Já desde a passada quinta-feira está em vigor na UE o certificado digital covid-19 comprovativo de testagem, recuperação ou vacinação, criado para facilitar a circulação no espaço comunitário, e cuja colaboração de Portugal para a sua implementação foi também destacada pela líder do executivo comunitário.
Na mensagem, Ursula von der Leyen assinalou o “tempo recorde” para concretização do documento.
Também em “tempo recorde” foi adotada a decisão de ratificação dos recursos próprios, que deu aval à Comissão Europeia para ir aos mercados e começar a angariar verbas para financiar o fundo de recuperação económica pós-crise da covid-19, indicou.
“Normalmente, se olharmos para as outras decisões de recursos próprios que são ratificadas, isso leva em média cerca de dois anos, pelo que vocês o fizeram em cinco meses. Obrigada”, concluiu Ursula von der Leyen.
As mensagens vídeo de balanço da presidência também chegaram dos presidentes do Parlamento Europeu, David Sassoli, do Conselho Europeu, Charles Michel.
O presidente do Conselho Europeu felicitou Portugal pela presidência da União Europeia no primeiro semestre do ano, considerando que fez jus à fama dos seus navegadores, ao conseguir que a Europa mantivesse o seu rumo apesar das tormentas.
“A UE tem enfrentado turbulências, tal como o resto do mundo, com esta crise do covid-19 que nos atingiu, mas a presidência portuguesa, a vossa liderança, permitiu-nos lançar as bases para a recuperação económica, graças às medidas ligadas ao orçamento europeu e ao fundo de recuperação europeu”, disse o presidente do Conselho Europeu na mensagem gravada e exibida na sessão de balanço.
“Além disso, a presidência portuguesa deu um passo fundamental e especialmente bem-sucedido: a cimeira do Porto”, destaca, considerando que esta “foi uma ocasião para a UE mostrar que avança nas duas vertentes, do desenvolvimento económico e da coesão social”, e manifestando-se convicto de que “este momento de encontro dos dirigentes políticos, económicos e sociais lança um sinal muito forte e muito otimista para o futuro da UE”.
Por fim, o dirigente belga aponta que “Portugal teve um papel decisivo” na concretização da conferência sobre o futuro da Europa, finalmente lançada, fazendo “votos para que o debate, tónico e democrático, seja uma ocasião de fazer avançar a UE”.
“Nós sabemos que Portugal é conhecido pelos seus navegadores que ajudaram a descobrir o mundo. Esse talento continua a ser bem português, pois permitiu que, apesar das tormentas e das dificuldades, a UE conseguisse manter o rumo”, conclui o presidente do Conselho Europeu na sua mensagem de felicitações à quarta presidência portuguesa do Conselho da UE, que decorreu entre 01 de janeiro e 30 de junho.
Já David Sassoli, presidente do Parlamento Europeu, considerou que Portugal assumiu a presidência do Conselho da União Europeia (UE), no primeiro semestre deste ano, num “momento dramático mas crucial” para a Europa, saudando a aposta no social.
“Portugal tomou as rédeas da UE num momento dramático, mas crucial da história da Europa, desde os desafios colocados pelo vírus às instituições, empresas e especialmente aos cidadãos, às alterações climáticas, à revolução digital, à nova relação com o Reino Unido, à questão da migração”, disse Sassoli.
Na mensagem, David Sassoli referiu que, “desde que assumiu a presidência do Conselho, Portugal decidiu ir tomar uma posição ambiciosa, especialmente do ponto de vista social”.
Medida foi avançada pela ministra da Presidência, (...)
Por seu lado, numa referência ao certificado digital covid-19 da UE comprovativo de testagem, recuperação ou vacinação anticovid-19 que está em vigor desde a passada quinta-feira para facilitar a circulação no espaço comunitário, David Sassoli destacou que, “em tempo recorde, em apenas 62 dias e devido aos esforços da presidência portuguesa e do Parlamento Europeu, foi possível um acordo” sobre este documento.
“Foi um semestre atarefado. Agradeço-vos o trabalho e empenho que realizámos em conjunto e que nos permitiu estar à altura do nosso lema: unidos na diversidade, este foi o ‘tempo de agir’”, adiantou, numa alusão ao mote da presidência portuguesa do Conselho.
A quarta presidência portuguesa da UE terminou a 30 de junho, passando o testemunho à Eslovénia, à frente do Conselho da UE nos próximos seis meses.
O semestre português foi encerrado, na quarta-feira passada, com a Cimeira da Recuperação, organizada pelo Ministério das Finanças e que juntou em Lisboa ministros europeus, comissários, eurodeputados e especialistas para debater a reforma da economia europeia após a pandemia de covid-19 e o modelo de governação económica da UE.
Na cimeira de líderes europeus de 24 e 25 de junho, António Costa apresentou perante os homólogos um balanço da presidência portuguesa, destacando que Portugal cumpriu o lema que definiu como “Tempo de agir”: “Era tempo de agir a agimos”, afirmou.