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Hong Kong. Líder alerta contra ameaça de “ideologias” e defende controlo dos jovens

06 jul, 2021 - 10:44 • Reuters

O território adotou um regime mais autoritário no âmbito da lei da segurança nacional chinesa. Depois do discurso de Carrie Lam, a polícia prendeu seis estudantes.

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A chefe do executivo de Hong Kong, Carrie Lam, considera que há “ideologias” que representam riscos à segurança nacional e pediu aos pais, professores e líderes religiosos que observem o comportamento dos adolescentes e denunciem às autoridades aqueles que infringem a lei.

Os departamentos governamentais "não devem permitir que ideias ilegais cheguem a público através da educação, da radiodifusão, das artes ou da cultura, embelezando a violência e obscurecendo a consciência do público", afirmou na habitual conferência de imprensa semanal, nesta terça-feira.

“Convoco os pais, diretores, professores e até responsáveis religiosos a observarem os atos dos adolescentes ao seu redor. Se for descoberto que algum está a cometer atos ilegais, deve ser denunciado”, ordenou.

Desde que a China impôs a lei da segurança nacional, no ano passado, com alterações no sistema político de Hong Kong, de modo a reduzir a participação democrática e expulsar pessoas consideradas desleais a Pequim, que este centro financeiro assumiu uma orientação mais autoritária.

Nesta terça-feira, Carrie Lam lamentou a morte de um homem de 50 anos que esfaqueou um polícia antes de se suicidar, no dia 1 de julho, dia em que se assinala o regresso da ex-colónia britânica ao domínio chinês e do centenário do Partido Comunista Chinês.

"Durante muito tempo, os cidadãos foram expostos a ideias erradas, como fazer justiça por meios não legais", afirmou Carrie Lam aos jornalistas, acrescentando que os riscos à segurança nacional derivam, não apenas de atos de "ordem pública" como da ideologia.

Uma hora depois da conferência de imprensa, a polícia anunciou a detenção de nove pessoas, incluindo seis estudantes, por suspeita de atividades terroristas.

Um território dividido

Hong Kong é um território dividido desde 2019, quando várias pessoas foram para as ruas para exigir mais democracia e acusando a polícia de violência contra os ativistas.

Segundo a versão das autoridades, os protestos foram alimentados por forças estrangeiras e colocaram riscos à segurança nacional.

Desde que a lei da segurança nacional foi introduzida, os mais proeminentes oponentes do Governo foram presos ou fugiram para o exterior. Os críticos dizem que a legislação esmagou os amplos direitos e liberdades da cidade, enquanto os defensores afirmam que ela restaurou a estabilidade.

No que se refere ao ataque de dia 1 de julho, as autoridades afirmam que o esfaqueamento do polícia de 28 anos foi um ato "terrorista", um ataque de um lobo solitário, baseado em materiais não especificados encontrados no computador do atacante.

Na sexta-feira, algumas pessoas, mesmo com crianças, deslocaram-se ao local para apresentar o seu respeito ao agressor e depositar flores – uma atitude condenada pela chefe do executivo.

Segundo Lam, os cidadãos não devem ser enganados por mensagens que circulam online sugerindo que o Governo tem qualquer responsabilidade pela violência, ou por slogans como "não há violência, apenas tirania".

"Não procurem desculpas em nome daqueles que praticam a violência", pediu Lam.

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