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Milhares em manifestação inédita nas ruas de Cuba contra o Governo

11 jul, 2021 - 22:11 • Lusa

Segundo a EFE, que cita testemunhas no local, houve violência policial nas duas manifestações, que foram transmitidas em direto em várias contas no Facebook.

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Milhares de cubanos manifestaram-se este domingo contra o Governo, algo inédito, nas ruas de duas pequenas cidades, uma a sudoeste de Havana e outra perto de Santiago de Cuba, como demonstram vários vídeos divulgados online.

De acordo com a Agência France Presse, gritando palavras de ordem como “Pátria e vida”, o título de uma canção polémica, “Abaixo a ditadura” e “Nós não temos medo”, os manifestantes, na sua maioria jovens, desfilaram nas ruas de San Antonio de los Baños, uma cidade com cerca de 50 mil habitantes situada a 35 quilómetros da capital cubana.

A agência espanhola EFE dá conta também de uma manifestação em Palma Soriano, na outra ponta do país, uma cidade perto de Santiago de Cuba, na qual participaram centenas de pessoas e onde se ouviu palavras de ordem como “chega de mentiras”, “unidade” e “queremos ajuda”.

Segundo a EFE, que cita testemunhas no local, houve violência policial nas duas manifestações, que foram transmitidas em direto em várias contas na rede social Facebook.

Habitantes de San Antonio de los Baños contaram a repórteres da EFE que, durante o protesto, a polícia reprimiu violentamente e deteve alguns dos manifestantes.

Estes foram os maiores protestos anti-Governo de que há registo na ilha desde o chamado “maleconazo”, quando em agosto de 1994, em pleno “período especial”, centenas de pessoas saíram às ruas de Havana e não se retiraram até à chegada do então líder cubano Fidel Castro.

Desde o início da pandemia da covid-19, em março de 2020, os cubanos enfrentam maior escassez de alimentos, medicamentos e outros produtos básicos, o que gerou um forte mal-estar social.

Estas manifestações aconteceram no dia em que Cuba registou um novo recorde diário de contágios e mortos devido à covid-19, com 6.923 novos casos nas últimas 24 horas, num total de 238.491, e 47 mortos, subindo o total desde o início da pandemia para 1.537.

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