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Cuba

ONG fala em mais de 150 detidos em protestos em Cuba

13 jul, 2021 - 20:50 • Lusa

A ilha tem sido abalada por protestos contra o regime, nos últimos dias, e o Governo tem reagido com mão pesada.

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A organização não-governamental Human Rights Watch (HRW) denunciou esta terça-feira que os detidos nas manifestações de Cuba “ultrapassam os 150” e exigiu o fim das violações dos direitos humanos na ilha.

“As listas iniciais de detidos nas manifestações de Cuba superam os 150”, escreveu na rede social Twitter o diretor da HRW para as Américas, José Miguel Vivanco, que alertou ainda que se “desconhece o paradeiro de muitos”.

No domingo, milhares de cubanos saíram as ruas para protestar contra o governo e exigir “liberdade!”, um dia inédito que terminou com dezenas de detidos e confrontos depois de o Presidente, Miguel Díaz-Canel, ter recorrido à televisão para apelar aos seus apoiantes que saíssem à rua para enfrentar os manifestantes e defender a Revolução.

Vivanco sublinhou que “protestar é um direito, não um crime”.

Além disso, divulgou uma lista de desaparecidos cuja autoria atribuiu à organização não-governamental (ONG) Cubalex, que dá conta de 171 pessoas desaparecidas, das quais 17 já foram libertadas ou é conhecido o paradeiro.

A lista inclui, além dos nomes e apelidos das pessoas, o lugar onde foram vistas pela última vez, a hora e a data da detenção e o “último relatório” sobre a sua situação.

As manifestações, as mais expressivas em Cuba desde o “Maleconazo” de agosto de 1994, acontecem numa altura em que o país está mergulhado numa grave crise económica e de saúde, com a pandemia de covid-19 fora do controlo e uma grave escassez de alimentos, medicamentos e outros produtos básicos, assim como longos cortes de energia que se tornaram parte da rotina.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, exigiu na segunda-feira ao governo cubano para evitar a “violência” na sua “tentativa de silenciar” os protestos contra o governo, aos quais expressou todo o apoio.

Enquanto isso, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, negou que os EUA estejam envolvidos na organização das manifestações e que o embargo imposto pelos Estados Unidos (desde 1962) seja totalmente responsável pela crise económica e sanitária pelos protestos.

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