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Pandemia

África do Sul. Violência interrompeu a campanha de vacinação contra a Covid-19

14 jul, 2021 - 23:24 • Lusa

A organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF), presente em Kwazulu-Natal para lutar contra a Covid-19 mas também contra o VIH e a tuberculose, também afirmou, numa declaração, que teve de suspender algumas atividades.

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A África do Sul suspendeu a administração de vacinas contra a Covid-19 devido à violência que tem afetado o país, disseram esta quarta-feira as autoridades de saúde do país que enfrenta um aumento exponencial de casos.

"Por agora, tivemos de suspender as vacinas em Kwazulu-Natal", anunciou o grupo hospitalar privado Netcare, citado pela agência France-Presse, que dá conta que a suspensão está ligada às dificuldades dos fornecedores em obter medicamentos para os hospitais que transitam desde a capital económica, Joanesburgo.

"Enfrentámos dificuldades relacionadas com a escassez de trabalhadores, que não puderam ir para o seu local de trabalho", salientou também a Netcare, que teve de fechar temporariamente algumas das suas instalações.

A organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF), presente em Kwazulu-Natal para lutar contra a Covid-19 mas também contra o VIH e a tuberculose, também afirmou, numa declaração, que teve de suspender algumas atividades.

"É urgente assegurar que as instalações e os fornecimentos de saúde não sejam visados", alertou a MSF.

Mais de 90 farmácias foram saqueadas e vandalizadas nas províncias do KwaZulu-Natal e Gauteng, divulgou esta quarta-feira em comunicado o Conselho de Farmácia da África do Sul (SAPC, na sigla em inglês).

Entre os fármacos roubados destacam-se vacinas contra a Covid-19 e medicamentos de uso recorrente, adiantou.

O Governo sul-africano destacou 2.500 militares para apoiar a polícia a conter os distúrbios na província de origem de Zuma, KwaZulu-Natal, assim como em Gauteng, o motor da economia do país, mas os protestos estendem-se a várias outras cidades da África do Sul, nomeadamente à Cidade do Cabo, onde vivem mais de 30.000 portugueses.

O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, que se reúne esta quarta-feira com líderes dos partidos políticos, está a ser pressionado para declarar o estado de emergência no país, enfrentando críticas de vários quadrantes pela “demora” e “incapacidade” do Governo e das forças de segurança em restaurar a lei e ordem na África do Sul.

Os motins violentos, saques e intimidação, que eclodiram na quinta-feira na província litoral do KwaZulu-Natal, prosseguem pelo sétimo dia consecutivo apesar da presença do Exército no reforço aos meios policiais nas últimas 24 horas.

Vários órgãos de comunicação social sul-africanos relataram que a população civil se armou com armas de fogo, alguns até com espingardas automáticas e semiautomáticas, bloqueando acessos a bairros e montando “postos de controlo” para proteger negócios, residências e comunidades.

Pelo menos 72 pessoas morreram e mais de 1.200 foram presas pelas autoridades em incidentes de violência, saques e intimidação, que se alastram agora desde o Cabo do Norte à província de Mpumalanga, vizinha a Moçambique, segundo a polícia sul-africana.

O abastecimento de alimentos e combustível em partes de Joanesburgo começou a escassear no final de terça-feira.

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