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África do Sul. Cerca de 100 negócios portugueses no setor alimentar afetados pela violência

15 jul, 2021 - 19:57 • Lusa

José Nascimento, conselheiro da diáspora madeirense na África do Sul, considerou que as estruturas diplomáticas e consulares de Portugal na África do Sul deveriam montar com urgência "linhas de comunicação" com a comunidade portuguesa residente no país.

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Cerca de uma centena de negócios de seis grandes empresários portugueses, no setor alimentar e de bebidas, foram saqueados e vandalizados na África do Sul durante a violência pública após a prisão do ex-presidente Zuma.

"O número de negócios afetados ronda uma centena, por exemplo, só o empresário Vicente Ferreira perdeu 28 negócios, grande parte no KwaZulu-Natal, e há uma série de outros grandes empresários no setor alimentar e de venda de bebidas alcoólicas que perfazem um grande número de negócios afetados", disse à Lusa o conselheiro da diáspora madeirense na África do Sul, José Nascimento.

O advogado lusodescendente frisou que "o impacto é devastador". "A maioria é em Gauteng e espero que esses empresários tenham seguros, de modo que possam reivindicar os danos e prejuízos financeiros sofridos. Aqueles que estarão mais desgraçados são provavelmente os pequenos negócios que não estavam segurados para danos deste género", sublinhou.

Sobre um possível apoio de Portugal, como anunciado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, o conselheiro português considerou que as estruturas diplomáticas e consulares de Portugal na África do Sul deveriam montar com urgência "linhas de comunicação" com a comunidade portuguesa residente no país.

"O mais importante é que houvesse linhas de comunicação ou que fossem melhoradas para as pessoas que querem respostas e querem ouvir das autoridades portuguesas, recebessem uma palavra de conforto e de apoio", salientou.

José Nascimento considerou ainda que o apoio psicológico "é muito importante". "Deve estar muita gente arrasada emocionalmente com esta situação, nomeadamente aqueles que investiram todas as suas poupanças no negócio e que agora ficaram sem ele", acrescentou.

Numa mensagem à comunidade portuguesa residente no país, na terça-feira, o embaixador de Portugal na África do Sul, Manuel Carvalho, disse que os casos de emergência e assistência consular devem ser comunicados ao Gabinete de Emergência Consular em Lisboa.

"Os casos mais graves todos em zonas que cabem na jurisdição de Joanesburgo, as situações relevantes podem ser comunicadas à equipa do consulado-geral", adiantou o diplomata.

Estima-se que vivam cerca de 450.000 portugueses e lusodescendentes na África do Sul, dos quais pelo menos 200 mil em Joanesburgo e Gauteng, e 20.000 no KwaZulu-Natal, mas segundo o conselheiro português não há cidadãos nacionais entre as vítimas.

O número de vítimas mortais da violência que assola a África do Sul, pelo sétimo dia consecutivo, já fez pelo menos 117 mortos e mais de 2.200 detenções, segundo um novo balanço divulgado hoje pela Presidência da República sul-africana.

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  • Ivo Pestana
    15 jul, 2021 Funchal 20:08
    Pobreza, Justiça fraca e polícia incapaz. Um país que se diz rico, tem que estar preparado para situações destas.

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