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Nagorno-Karabakh

Charles Michel assegura que UE está pronta para ajudar na paz entre Azerbaijão e Arménia

18 jul, 2021 - 17:56 • Lusa

A Arménia perdeu aproximadamente 70% dos territórios que controlava em Nagorno-Karabakh na guerra com o Azerbaijão, para além de áreas vizinhas, que causou, no último ano, a morte a mais de 5.500 soldados e a cerca de 150 civis.

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O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, assegurou este domingo que a União Europeia (UE) “está pronta para desempenhar um papel positivo e construtivo” na promoção de paz entre Azerbaijão e Arménia, depois dos conflitos em Nagorno-Karabakh.

“Informei o Presidente do Azerbaijão e o primeiro-ministro da Arménia de que a UE está pronta para desempenhar um papel positivo e construtivo como possível mediador honesto”, disse o político belga, em conferência de imprensa conjunta, após um encontro com o chefe de Estado azeri, Ilham Aliyev, que decorreu na capital Baku.

Charles Michel realçou que a UE respeita o papel mediador do Grupo de Minsk da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), composto por Rússia, França e Estados Unidos, mas lembrou que isso não significa que os 27 estados-membros não possam apontar “algum conhecimento, apoio e ideias”, com o intuito de alcançar mais estabilidade, segurança e paz sustentável na região caucasiana.

Depois de se reunir no sábado com o primeiro-ministro arménio, Nikol Pashinian, Charles Michel agradeceu a Aliyev a sua implicação na questão cartográfica das minas e no intercâmbio de prisioneiros de guerra, expressando o seu desejo por novas fases.

De acordo com o Presidente azeri, é necessário remover mais de 10 mil quilómetros quadrados de minas, uma vez que existem “centenas de milhares” de artefactos explosivos terrestres na região de Karabakh.

O presidente do Conselho Europeu reiterou a disponibilidade da UE em apoiar os esforços na concretização de alguns dos temas atualmente em discussão, como a delimitação de fronteiras, sublinhando igualmente a importância da retirada das tropas das imediações das zonas em disputa, e a cooperação regional, como o campo da energia e das infraestruturas, especialmente as relacionadas com os transportes.

Aliyev assinalou que a abertura das comunicações é um aspeto importante do cessar-fogo promovido pela Rússia em novembro e afirmou que, do lado do Azerbaijão, os projetos poderão ser realizados num período “relativamente curto”, sendo efetuada em paralelo, com um corredor ferroviário entre Arménia, Geórgia, Azerbaijão e Rússia.

Revelando que “a construção da ferrovia até à fronteira com a Arménia já começou”, Aliyev disse que o Azerbaijão está numa “fase ativa de criação de infraestruturas nos territórios libertados”, com as energias renováveis, a agricultura, o processamento agrícola e o turismo a serem atrativos para o investimento estrangeiro em Karabakh.

“O Azerbaijão pôs fim a uma longa ocupação dos seus territórios e implementou por si mesmo as resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, que exigiam a retirada total e incondicional das tropas arménias dos nossos territórios”, afirmou, garantindo: “Portanto, agora é hora de pensar em paz e virar a página. Estamos prontos”.

A Arménia perdeu aproximadamente 70% dos territórios que controlava em Nagorno-Karabakh na guerra com o Azerbaijão, para além de áreas vizinhas, que causou, no último ano, a morte a mais de 5.500 soldados e a cerca de 150 civis.

O território, disputado entre os dois países desde 1988, é reconhecido de forma internacional como pertença do Azerbaijão, embora tenha sido povoado por arménios.

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