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Hungria. Mais de 10 mil pessoas na "Marcha do Orgulho"

24 jul, 2021 - 20:15 • Lusa

O governo húngaro aprovou recentemente uma lei considerada homofóbica, que, entre outras coisas, proíbe que se fale sobre homossexualidade nas escolas.

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Mais de dez mil pessoas juntaram-se à "Marcha do Orgulho" que este sábado se realizou no centro de Budapeste, em solidariedade com lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e intersexuais (LGBTI+), alvo de leis e políticas discriminatórias no país.

"Toda a Europa está a observar o que se passa na Hungria", diosse Terry Reintke, co-presidente do Intergrupo LGBTI+ do Parlamento Europeu, perante os manifestantes reunidos na Praça Madách, no centro da capital húngara, de onde partiu a marcha, em direção ao parque Tabán.

"Estamos aqui contra o ódio, a deriva do Estado de Direito e a vaga autoritária", vincou a eurodeputada.

O governo húngaro do Fidesz (democrata-cristão ultranacionalista), liderado por Viktor Orbán, aprovou recentemente uma lei considerada homofóbica, que, entre outras coisas, proíbe que se fale sobre homossexualidade nas escolas.

Na convocatória da marcha, os organizadores assinalavam que "os últimos tempos foram muito stressantes, desesperantes e aterradores para a comunidade LGBTI+". O Governo húngaro "desterra, na sua própria pátria, a comunidade LGBTI+", denunciam.

Na Marcha do Orgulho, tradicionalmente colorida, participaram políticos da oposição, atores, músicos, desportistas e outras figuras conhecidas da sociedade.

Mas o desfile contou também com solidariedade estrangeira, com mais de 40 embaixadas e instituições culturais presentes na Hungria a apoiarem, em comunicado conjunto, a Marcha do Orgulho em Budapeste.

Várias organizações de extrema-direita, como o movimento Pátria Nossa e a Federação Alfa, convocaram uma contramanifestação, na qual participaram poucas dezenas de pessoas.

A polícia foi mobilizada para evitar confrontos e incidentes.

A polémica lei de proteção de menores, aprovada pelo Parlamento húngaro em junho e criticada interna e internacionalmente, começou por propor um endurecimento das penas contra a pedofilia, mas, pouco antes da votação, foram acrescentadas disposições relacionadas com a homossexualidade e a mudança de sexo.

A Comissão Europeia desencadeou um processo de infração contra o Governo húngaro, a 15 de junho, considerando que essas políticas discriminatórias violam os valores europeus fundamentais da tolerância e da liberdade individual.

O processo pode levar a uma ação no Tribunal de Justiça da União Europeia e depois a sanções financeiras.

Orbán classificou o processo desencadeado pela Comissão Europeia como "vandalismo legal" e, na quarta-feira, anunciou que a lei em causa será objeto de referendo, pedindo o apoio dos eleitores.

"Bruxelas atacou claramente a Hungria", contestou, num vídeo publicado na sua página na rede social Facebook.

O Tribunal Europeu de Justiça e o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos têm condenado regularmente a Hungria por reformas que visam a justiça, os meios de comunicação, os refugiados, as organizações não-governamentais, universidades ou minorias.

Comentários
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  • Paulo De Sousa Pinto
    06 fev, 2022 Lisboa 11:03
    A RR tem um papel inestimável enquanto órgão de informação independente e enquanto emissora Católica. Mas não pode esquecer essa matriz primordial e alinhar pela bitola dos demais órgãos de comunicação - esses nada independentes no que diz respeito a apologia de ideias objectivamente errada à luz dos ensinamentos da Igreja. Ensinar ideologia e género e a apologia da homossexualidade nas escolas está objectivamente errado e uma lei que o proíba promove o bem comum. Não se percebe assim que a RR faça eco da ideia de “homofobia” de uma lei que afinal só pretende proteger as crianças à luz do que a própria Igreja, a nossa Constituição, a convenção dos direitos da criança defendem. A RR é melhor que isto. Obrigado e que a RR assuma a diferença e seu enorme valor
  • Bruno
    25 jul, 2021 aqui 08:05
    Honestamente, não vejo problema algum com a lei do senhor Orban. É assim tão imprescindível abordar estes temas na escola? Devíamos era ter uma disciplina que fornecesse literacia económica a todos os cidadãos. Chegados à idade adulta, a maioria das pessoas não sabe a diferença entre um cartão de crédito o de débito. Muitos problemas sociais surgem porque as pessoas são atiradas para a selvageria que é a sociedade capitalista sem ter as ferramentas para sobreviver no meio dela.
  • Fernandes
    24 jul, 2021 Portugal 21:49
    Todas as *pessoas* devem ser respeitadas, independentemente das suas posições. Mas isso não significa que todos os *comportamentos* devem ser respeitados ou fomentados. Se tenho um amigo homosexual, não deixo de o estimar e respeitar profundamente por causa disso, bem como de compreender o seu eventual grande sofrimento com isso; mas também não deixo de lhe dizer que a homesexualidade é imoral e de zelar para que não faça propaganda desses comportamentos com os meus filhos. A ideologia lgbt (além de ser frequentemente promovida de modo ditatorial sob o mote da tolerância) é venenosa e incompatível com uma visão antropológica equilibrada. Há que abrir os olhos: a maior parte das pessoas (e ainda bem) não apedrejam os lgbt, e por isso é descontextualizado estar sempre a fazer-se de vítima. O que não faz sentido é que nos obriguem a concordar ou promover esses comportamentos, ou deixar que sejam difundidos como benéficos, ou indiferentes, para as crianças e a sociedade.

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