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Hong Kong detém cantor pró-democracia

02 ago, 2021 - 07:55 • Reuters

Anthony Wong é acusado de corrupção por ter fornecido entretenimento para induzir o voto. São os efeitos da lei da segurança nacional, que já levou ao fecho de um jornal e à condenação de uma pessoa a nove anos de prisão.

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O cantor e ativista pró-democracia, Anthony Wong, foi detido nesta segunda-feira em Honk Kong. A Comissão Independente Contra a Corrupção (ICAC) acusa o artista de "conduta corrupta" num comício eleitoral de 2018.

Segundo o órgão anticorrupção de Hong Kong, “Wong cantou duas músicas no palco” durante o comício e, “no final da apresentação, apelou aos participantes para votarem em Au na eleição”.

De acordo com um vídeo partilhado no Facebook por Au, antes de cantar “Uma fruta proibida por dia”, Wong disse ao público: “Esta música é sobre escolha, se a sociedade tem escolha”.

O cantor e ativista de 59 anos arrisca agora uma pena de prisão até sete anos e uma multa de cerca de 54 mil euros.

Anthony Wong tornou-se famoso na década de 1980, com a dupla pop Tat Ming Pair.

Au, que venceu a eleição de 2018, também foi acusado. Em abril, esteve preso durante 10 meses por ter organizado uma reunião não autorizada.

Ambos devem comparecer em tribunal na quinta-feira. Nenhum deles mostrou disponibilidade para comentar a acusação à agência Reuters.

Au também foi preso, juntamente com 46 outros democratas proeminentes, por suposta conspiração para cometer subversão sob uma ampla lei de segurança nacional introduzida em junho do ano passado para proibir a secessão, subversão, terrorismo e conluio estrangeiro.

O Governo de Hong Kong, apoiado por Pequim, justifica as ações dizendo que os protestos pró-democracia ameaçam a estabilidade e que as medidas tomadas contra várias pessoas são necessárias para cumprir a lei.

Em 2020, muitos dos principais democratas foram detidos, presos ou forçados ao exílio. Em junho desse ano, o “Apple Daily”, importante jornal pró-democracia, fechou em junho depois de detenção de vários dos seus editores séniores, por motivos de segurança nacional.

Na sexta-feira passada, dia 29 de julho, foi condenada a primeira pessoa sob a lei de segurança. Tong Ying-kit, de 24 anos, foi sentenciada a nove anos de prisão por terrorismo e incitação à secessão.

Liberdade de imprensa ameaçada em Hong Kong. Jornal pró-democracia lança última edição
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