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Moçambique

Chissano admite negociar para acabar com a violência em Cabo Delgado

04 ago, 2021 - 11:40 • Olímpia Mairos com Lusa

Antigo chefe de Estado defende que devem ser estudadas as causas da violência armada, como forma de resolução da crise militar e social que se vive na província.

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O antigo Presidente moçambicano, Joaquim Chissano, entende que há “certos tipos de terrorismo” que acabaram através de negociações e, por isso, apela ao Governo para considerar a possibilidade de diálogo com os grupos armados que atuam em Cabo Delgado.

“Pode ser que apareça um líder desse grupo que nos ofereça a oportunidade de um diálogo que conduza ao fim” da violência armada na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, afirmou em entrevista à emissora pública Rádio Moçambique.

Segundo o antigo Presidente de Moçambique, há casos no mundo em que o extremismo foi convencido a negociar e a acabar com a violência. E, partindo dessa base, para resolver a crise militar e social que se vive na província de Cabo Delgado, defende que devem ser estudadas as causas da violência armada.

Joaquim Chissano foi Presidente de Moçambique, entre 1986 e 2005, e foi precisamente no seu mandato que terminou a guerra civil de 16 anos, através de negociações com a antiga guerrilha da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), atualmente o principal partido da oposição.

Grupos armados aterrorizam Cabo Delgado há mais de três anos, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo Estado Islâmico, e embora o atual Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, tenha manifestado, por diversas vezes, disponibilidade para negociar, tem-se queixado também de os insurgentes não apresentarem “rostos” que permitam um diálogo.

Segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, contabilizam-se mais de 3.100 mortes e, de acordo com as autoridades moçambicanas, há mais de 817 mil deslocados.

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