04 ago, 2021 - 07:34 • Marta Grosso com agências
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As pessoas com a vacinação completa têm três vezes menos risco de serem infetadas com Covid-19 do que as que não foram imunizadas, revela um estudo da Imperial College London divulgado nesta quarta-feira.
De acordo com a investigação REACT (uma avaliação baseada na transmissão em tempo real na comunidade – Real-time Assessment of Community Transmission), que contou com 98 mil voluntários, as pessoas totalmente vacinadas têm um risco reduzido entre 50% e 60% de serem infetadas pela variante Delta do novo coronavírus.
Os voluntários foram sujeitos a testes PCR, tendo-se verificado que os que tinham a vacinação completa tinham metade da probabilidade de obter um resultado positivo (tendo os resultados sido depois ajustados para outros fatores, como idade e sintomatologia Covid no momento do teste).
Nos voluntários com sintomatologia, a eficácia da vacina aumentou para cerca de 59%, sobretudo para a variante Delta, que é a predominante nesta altura no Reino Unido e em vários países, incluindo Portugal.
Os resultados sugerem também que as pessoas totalmente vacinadas terão menos probabilidade de transmitir o vírus do que as pessoas não vacinadas, uma vez que têm, em média, uma menor carga viral.
Os investigadores alertam, no entanto, que o risco de infeção continua a existir, uma vez que nenhuma vacina é 100% eficaz.
O intervalo recomendando entre as duas doses da va(...)
“Estas descobertas confirmam os nossos dados anteriores, mostrando que ambas as doses de uma vacina oferecem boa proteção contra infeção”, afirma o diretor do programa REACT da Escola de Saúde Pública do Imperial College London.
“No entanto, também podemos ver que ainda existe o risco de infeção, pois nenhuma vacina é 100% eficaz, e sabemos que algumas pessoas duplamente vacinadas ainda podem adoecer com o vírus”, ressalvou Paul Elliot, apelando a “cautelas” na “flexibilização das restrições, para ajudar a proteger uns aos outros e reduzir a taxa de infeções”.
As estimativas do Imperial College London são, de resto, mais baixas do que as apontadas pelo Serviço Nacional de Saúde de Inglaterra (Public Health England) para as vacinas da Pfizer (PFE.N) e da AstraZeneca (AZN.L), refere a agência Reuters.
Os investigadores perceberam também um aumento nos internamentos, cujo número já tinham diminuído, e apontam a variante Delta como causa, dado que o aumento coincide com o alastrar desta variante entre a população mais jovem e não totalmente vacinada.
Segundo os investigadores citados pela agência Reuters, a prevalência de internamentos em pessoas não vacinadas foi de 1,21%, três vezes superior à prevalência de 0,40% em pessoas totalmente vacinadas.
Segundo o "Financial Times", esta é a primeira vez que um estudo REACT avalia a eficácia das vacinas, tendo o foco desta investigação sido as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca.