15 ago, 2021 - 20:51 • Redação
“Neste momento estamos a dar conta às autoridades da União Europeia, da NATO e das Nações Unidas da nossa disponibilidade para receber afegãos em território português”, afirmou o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, no dia em que os talibãs tomaram a cidade de Cabul e o presidente afegão abandonou o país.
O governante disse ainda que a ajuda de Portugal será centrada nos trabalhadores do aeroporto afegão e os familiares, por ter sido aquele o local em que as forças portuguesas atuaram durante o período de conflito naquele território.
Serão, segundo as contas de Gomes Cravinho, 243 os funcionários do aeroporto, e um conjunto de mil pessoas quando contabilizadas as famílias.
Nestas declarações, João Gomes Cravinho revela que a retirada de refugiados afegãos está a ser coordenada pela NATO, uma vez que Portugal não tem capacidade para efetuar essa operação.
Os rebeldes chegaram a Cabul, a última grande cida(...)
Em princípio, diz o ministro da Defesa, esses refugiados poderão chegar a Portugal através da Turquia ou de outro país europeu.
“Não temos meios para ir até Cabul buscar os afegãos, mas há vários membros da NATO que terão essa capacidade que poderão levá-los até à Turquia ou um país europeu, e a partir daí Portugal acolherá os que se destinam a Portugal”, sublinhou.
Neste domingo, a França informou que já enviou este domingo dois aviões militares para retirar cidadãos franceses de Cabul.
Entretanto, o Conselho de Segurança da ONU anunciou a convocação de uma reunião de emergência para esta segunda-feira de manhã, pedido feito por vários líderes internacionais, entre eles o PM britânico.
Boris Johnson apela à comunidade internacional para que não reconheça os talibãs como autoridade oficial no Afeganistão.
"É evidente que teremos, muito em breve, um novo governo em Cabul.
Não queremos que ninguém reconheça bilateralmente os talibãs. Precisamos de uma posição unida entre todos os que pensam da mesma forma, tanto quanto pudermos, para que façamos o que estiver ao nosso alcance para evitar que o Afeganistão volte a ser um terreno fértil para o terrorismo", disse Boris Johnson.
O Presidente afegão, Ashraf Ghani, deixou o país neste domingo, avançou a imprensa internacional, citando autoridades afegãs.
Segundo as últimas informações, o vice-presidente, Amrullah Saleh, também terá fugido.
Isto depois de os talibãs terem chegado a Cabul, esta manhã. Ghani está sob crescente pressão para renunciar, uma vez que as principais cidades do Afeganistão caíram nas mãos de rebeldes nos últimos 10 dias.
Talibãs garantem que não haverá qualquer vingança (...)