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“Afeganistão está numa encruzilhada”, diz chefe da diplomacia da UE

16 ago, 2021 - 11:58 • Redação com agências

Os talibãs falam em vitória e dizem querer servir o povo afegão, mas muitos tentam deixar o país.

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O Alto Representante da União Europeia (UE) para a Política Externa agendou uma reunião de emergência para discutir a situação no Afeganistão, onde as forças talibãs recuperaram o poder.

“Na sequência dos últimos desenvolvimentos no Afeganistão, e após intensos contactos com parceiros nos últimos dias e horas, decidi convocar para amanhã [terça-feira] à tarde uma videoconferência extraordinária dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, para uma primeira avaliação”, anunciou Josep Borrell, numa publicação no Twitter.

O chefe da diplomacia europeia acrescenta que “o Afeganistão está numa encruzilhada”, sublinhando que “a segurança e o bem-estar dos seus cidadãos, bem como a segurança internacional, estão em jogo”.

A convocatória da reunião extraordinária de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE ocorre numa altura em que muitos Estados-membros procedem a operações de evacuação para repatriar rapidamente os seus diplomatas e cidadãos da capital afegã, tomada no domingo pelas forças talibãs, na sequência de uma campanha militar incrementada desde o passado mês de maio, altura em que os militares norte-americanos começaram a retirada final do país.

No primeiro dia no Afeganistão sob controlo talibã desde a invasão dos Estados Unidos, em 2001, a segurança na capital afegã e na maior parte do país amanheceu nas mãos dos insurgentes, que patrulham as ruas e controlam a circulação.

Os talibãs tomaram o controlo de Cabul no domingo, depois de terem entrado na capital sem encontrar resistência, com quase todas as províncias debaixo do seu domínio.

Os meios de comunicação locais relataram imagens dramáticas de milhares de pessoas no aeroporto de Cabul tentando fugir do país, apesar do cancelamento da maioria dos voos comerciais e das restrições.

A chegada dos talibãs a Cabul precipitou a saída do país de Ashraf Ghani, após terem tomado o controlo de 28 das 34 capitais provinciais em 10 dias, e sem grande resistência das forças de segurança governamentais, no âmbito de uma grande ofensiva iniciada em maio – altura em que começou a retirada das tropas norte-americanas e da NATO do país, que deverá ficar concluída no final deste mês.

Um porta-voz do movimento islâmico radical, que governou no Afeganistão entre 1996 e 2001, disse à televisão pública britânica BBC que os talibãs pretendem assumir o poder no Afeganistão “nos próximos dias”, através de uma “transição pacífica”, 20 anos após terem sido derrubados por uma coligação liderada pelos Estados Unidos, pela sua recusa em entregar o líder da Al-Qaeda, Usama bin Laden, após os atentados de 11 de setembro de 2001.

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