19 ago, 2021 - 11:11 • Redação com Lusa
Aterraram, nesta quinta-feira de madrugada, em Madrid, os primeiros 36 refugiados afegãos. Espanha é o primeiro país europeu a receber os que fogem da mudança política em curso na Afeganistão.
São cidadãos que pediram a proteção internacional e que agora serão enviados para outros países europeus, como Dinamarca, Alemanha, Polónia e Letónia.
O primeiro grupo, formado por cinco famílias afegãs, chegou num voo do Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE). Espanha ofereceu-se para coordenar a operação e servirá como ponto de apoio ao SEAE, através do qual afegãos que colaboraram com a União Europeia chegarão ao país para serem transferidos ‘a posteriori’ para diversos países europeus.
Segundo o ministro espanhol da Inclusão, Segurança Social e Migração, José Luis Escrivá, juntamente com o grupo de 53 espanhóis e afegãos repatriados na última madrugada, estas outras famílias, que permanecerão por cerca de 72 horas até que as suas viagens para os países onde serão recebidas sejam processadas.
Ministro Eduardo Cabrita não avança número de pess(...)
Tanto os afegãos que serão distribuídos para outros países como o grupo de espanhóis e colaboradores afegãos dos espanhóis no Afeganistão testaram negativo para Covid-19 assim que desembarcaram em Madrid.
“Agora estão todos a descansar e a alimentar-se, exceto uma criança com diarreia, que encaminhámos para um hospital”, disse o ministro.
O responsável pela Inclusão, Segurança Social e Migrações de Espanha não quis especificar o número exato de pessoas que serão retiradas do Afeganistão para Espanha.
“É muito difícil, não ousaria avançar com nenhum número, existem listas com números diferentes, criámos uma infraestrutura para acomodar várias centenas” de pessoas, afirmou.
“Não está a ser fácil, é um processo dinâmico que ainda exigirá algumas negociações e Espanha está a fazer todos os esforços nos Negócios Estrangeiros e Defesa” para viabilizar o acesso ao aeroporto, disse o ministro espanhol.
As forças internacionais estavam no país desde 200(...)
A retirada de afegãos e estrangeiros, que se encontravam no Afeganistão, precipitou-se desde domingo, quando as forças talibãs tomaram o poder em Cabul instaurando o Emirado Islâmico.
Bruxelas já confirmou, através do seu representante para a Política Externa, Josep Borrel, que a União Europeia vai receber entre 380 e 400 pessoas.
O avanço das forças talibãs intensificou-se desde maio, quando começou a retirada das forças dos Estados Unidos.
A retirada dos militares norte-americanos foi negociada em fevereiro de 2020.