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Londres negoceia com talibãs saída de nacionais e aliados do Afeganistão

01 set, 2021 - 07:07 • Lusa

Esta é a primeira confirmação pública dos movimentos diplomáticos entre os dois países.

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O Reino Unido iniciou conversações com os talibãs para assegurar a "livre passagem" dos seus nacionais e aliados para fora do Afeganistão depois de o movimento extremista islâmico ter assumido o controlo do país.

A Agência de notícias France-Presse (FP) obteve a confirmação do Governo britânico de que Simon Gass, representante especial britânico para a transição no Afeganistão, viajará para Doha para se encontrar com os líderes talibãs.

Gass "vai encontrar-se com altos representantes talibãs para salientar a importância da livre passagem para fora do Afeganistão para os cidadãos britânicos e afegãos que trabalharam para nós", disse o porta-voz do Governo em comunicado.

Esta é a primeira confirmação pública dos movimentos diplomáticos entre Londres e os talibãs.

Londres juntou-se aos Estados Unidos numa operação gigantesca para retirar mais de 100.000 pessoas do Afeganistão, depois de o exército afegão se ter rendido aos talibãs.

O primeiro-ministro britânico tem sido fortemente criticado depois de milhares de afegãos que ajudaram a NATO terem ficado para trás no seu país.

Até agora, mais de 8.000 afegãos que ajudaram as forças da NATO conseguiram deixar o Afeganistão, e Londres deu garantias de que podem permanecer no Reino Unido.

Os Estados Unidos terminaram na segunda-feira a sua guerra mais longa com a retirada militar do Afeganistão, país que invadiram há 20 anos, logo após terem sofrido os ataques terroristas de 11 de setembro.

Os EUA deixam o Afeganistão de novo nas mãos dos talibãs, cujo primeiro regime (1996-2001) tinham derrubado em dezembro de 2001, quando o grupo extremista se recusou a entregar o então líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden.

A retirada das forças internacionais foi negociada com os talibãs, em fevereiro de 2020, e ocorre 15 dias depois de o movimento rebelde ter conquistado Cabul, depondo o Presidente Ashraf Ghani.

Com a capital afegã controlada pelos talibãs, a operação foi marcada pelo desespero de milhares de afegãos a querer fugir do país e por ataques do grupo extremista Estado Islâmico, incluindo um atentado bombista que matou cerca de 200 pessoas.

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