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Covid-19

Resposta à variante Delta pode ser vacinação de crianças, mas reguladores aguardam dados

11 set, 2021 - 09:40 • Lusa

As duas vacinas de tecnologia RNA mensageiro (mRNA) aprovadas pela EMA e que estão a ser administradas na União Europeia podem ser utilizadas em crianças, mas, para já, apenas a partir dos 12 anos.

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A vacinação de menores de 12 anos contra a Covid-19 é considerada determinante para reduzir contágios e combater a variante Delta, mas os reguladores continuam à espera dos resultados de ensaios clínicos para tomarem uma decisão.

Para já, a Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla em inglês) confirmou que ainda não recebeu nenhum pedido das empresas farmacêuticas para aprovar a vacinação de crianças com menos de 12 anos.

"Até ao momento, não foi apresentada à EMA nenhuma solicitação de prorrogação da indicação para o uso de uma vacina em menores de 12 anos", disse fonte do regulador europeu, ao adiantar que esta avaliação é sempre realizada de acordo com um plano de investigação pediátrica.

Os ensaios clínicos são geralmente estruturados para que uma vacina seja estudada primeiro em adolescentes e, progressivamente, em crianças menores de 12 anos.

Assim que os dados de uma faixa etária mostram que a vacina é segura e que confere uma boa resposta imunitária, as farmacêuticas podem enviar os dados à EMA para a sua aprovação nessa faixa etária, adiantou a mesma fonte.

As duas vacinas de tecnologia RNA mensageiro (mRNA) aprovadas pela EMA e que estão a ser administradas na União Europeia podem ser utilizadas em crianças, mas, para já, apenas a partir dos 12 anos.

Em 28 de maio de 2021, a vacina do consórcio Pfizer/BioNTech foi aprovada para utilização em menores dos 12 aos 15 anos na UE e, em 27 de julho, a da farmacêutica Moderna recebeu a `luz verde´ da EMA para imunização de adolescentes entre os 12 e os 17 anos.

Variante Delta criou um risco novo e urgente para crianças e adolescentes

"Vamos continuar a acompanhar esta matéria e tentar compreender se estas vacinas podem ser usadas em crianças com menos de 12 anos", disse na quinta-feira o responsável pela estratégia de vacinação da EMA, Marco Cavaleri, admitindo que os primeiros dados podem chegar às mãos do regulador durante o outono.

O especialista da EMA alertou ainda que nos Estado Unidos, com a disseminação da variante Delta, verifica-se um "grande aumento de hospitalizações que afetam, maioritariamente, adolescentes que não estão vacinados", uma preocupação que a Academia Americana de Pediatras (AAP, na sigla em inglês) também partilha.

A organização, que junta cerca de 67 mil pediatras, escreveu em agosto ao regulador norte-americano (FDA) a pedir para que as "vacinas Covid-19 para crianças possam ser autorizadas o mais rapidamente possível, para que as crianças de todas as idades possam beneficiar delas".

A propagação da variante Delta do coronavírus SARS-CoV-2, que é também a predominante nos Estados Unidos, está na base do repto lançado por esta associação de pediatria à FDA, tendo em conta que, segundo os seus dados, em agosto verificou-se o "maior aumento percentual por semana em casos pediátricos de covid-19 desde o início da pandemia".

"A variante Delta criou um risco novo e urgente para crianças e adolescentes em todo o país, assim como também para adultos não vacinados", alertou a associação, ao avançar que, desde o início da pandemia, as crianças representaram 14,3% do total de casos acumulados de infeção pelo novo coronavírus, percentagem que, recentemente, aumentou para 19% nos Estados Unidos.

Em Portugal, dados recentes da Direção-Geral da Saúde indicam que a incidência de novas infeções nos jovens por 100 mil habitantes acumulada a 14 dias está a baixar, apesar de continuar a apresentar valores bastante elevados.

Desde o início da pandemia, registaram-se cinco óbitos de crianças e jovens até aos 19 anos e um total de 117.281 infeções, o que representa cerca de 11% do total de mais de um milhão de casos positivos notificados em todo o país.

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  • Ivo Pestana
    11 set, 2021 Funchal 10:59
    Ao invés da OMS europeia, os cientistas têm de ser resilientes e otimistas. Assim chegaremos lá. Ser pessimista e alarmista, afasta as pessoas da vacinação.

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