Siga-nos no Whatsapp
A+ / A-

Haiti. Ministério Público indicia primeiro-ministro no caso do homicídio do Presidente do país

14 set, 2021 - 22:51 • Lusa

Em causa estão conversas telefónicas entre o chefe do Governo haitiano, Ariel Henry, e um dos principais suspeitos do assassinato do Presidente Jovenel Moïse.

A+ / A-

O ministério público de Port-au-Prince pediu terça-feira ao juiz encarregado do caso do assassínio do Presidente haitiano, Jovenel Moïse, para indiciar o primeiro-ministro, Ariel Henry, devido a conversas telefónicas mantidas com um dos principais suspeitos do crime.

Bed-Ford Claude, o comissário do Governo de Port-au-Prince – o equivalente a procurador do ministério público – pediu igualmente que o primeiro-ministro seja proibido de deixar o território nacional “devido à gravidade dos factos apresentados”.

O Presidente Moïse foi abatido a tiro a 7 de julho, por um comando armado, na sua residência, na capital haitiana.

Numa carta dirigida ao tribunal de primeira instância de Port-au-Prince, Bed-Ford Claude assegura que “existem suficientes elementos comprometedores para formar a sua convicção sobre a pertinência de processar o senhor Henry e pura e simplesmente pedir a sua acusação formal”.

Numa segunda missiva, enviada ao diretor da administração migratória, o comissário do Governo justifica o pedido de proibição de saída do território para Ariel Henry com “graves suspeitas de assassínio do Presidente da República”.

Na sexta-feira passada, Bed-Ford Claude tinha já convidado o chefe do executivo a apresentar-se terça-feira na procuradoria, afirmando que Henry tinha mantido, algumas horas após o assassínio de Jovenel Moïse, conversas telefónicas com uma das pessoas ativamente procuradas no âmbito da investigação do caso.

Antigo membro da unidade de combate à corrupção, dependente do Ministério da Justiça, Joseph Félix Badio terá sido geolocalizado no bairro onde se situa a residência particular de Jovenel Moïse, durante chamadas feitas a Ariel Henry às 04h03 e depois às 04h20 na noite do atentado.

No sábado, o primeiro-ministro criticou a iniciativa do procurador, classificando-a como manobra de diversão.

“As manobras de diversão para semear a confusão e impedir a justiça de fazer serenamente o seu trabalho não passarão”, reagiu Ariel Henry.

“Os verdadeiros culpados, os autores morais e os mandantes do odioso assassínio do Presidente Jovenel Moïse serão encontrados, levados perante a justiça e punidos pelo seu crime”, acrescentou.

No total, 44 pessoas, entre as quais 18 cidadãos colombianos e dois norte-americanos de origem haitiana, foram já detidas no âmbito da investigação sobre o homicídio de Jovenel Moïse, cometido na sua residência sem que qualquer dos seus seguranças tenha ficado ferido.

Tópicos
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+