14 set, 2021 - 21:29 • Lusa
O ex-Presidente da República de Angola José Eduardo dos Santos regressou a Luanda, a sua primeira visita ao país, desde que se mudou, em 2019, para Barcelona (Espanha).
Segundo a agência de notícias angolana, Angop, o antigo chefe de Estado desembarcou no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, por volta das 11h00 locais.
José Eduardo dos Santos, de 79 anos, chegou ao cargo de Presidente da República em setembro de 1979, na sequência da morte de António Agostinho Neto, e ocupou as funções durante 38 anos, até setembro de 2017, altura em que foi sucedido pelo atual Presidente da República, João Lourenço.
Há 42 anos, também em 14 de setembro, chegava a Luanda a urna do primeiro Presidente angolano, Agostinho Neto, que morreu num hospital de Moscovo a 10 de setembro de 1979.
Setembro é um mês simbólico para os angolanos, que celebram em 17 de setembro, data de nascimento de Agostinho Neto, o seu dia do Herói Nacional.
José Eduardo dos Santos foi comandante-em-chefe das Forças Armadas de Angola (FAA) e presidente emérito do MPLA (partido que governa o país desde a proclamação da independência nacional, em 11 de novembro de 1975), título que lhe foi outorgado no congresso de 08 de setembro de 2018.
O MPLA ainda não se pronunciou sobre a vinda do seu antigo líder, o mesmo acontecendo com o seu sucessor, João Lourenço, que se encontra atualmente numa visita de trabalho à província do Cuanza Norte, desconhecendo-se se está previsto algum encontro entre os dois.
O ex-Chefe de Estado angolano, que tem residência no bairro Miramar, em Luanda, viveu nos últimos dois anos em Barcelona, fazendo apenas deslocações ao Dubai para se encontrar com a filha Isabel dos Santos, que é visada em processos judiciais em vários países, entre os quais Angola e Portugal.
A família de José Eduardo dos Santos, bem como os seus antigos colaboradores mais próximos, como os generais “Dino” e “Kopelipa” e o ex-vice-presidente e antigo homem forte da Sonangol, Manuel Vicente, têm estado na mira das autoridades judiciais angolanas devido a alegações de corrupção.