15 set, 2021 - 23:54 • Lusa
O ministro do Petróleo da Venezuela Tarek El Aissami, denunciou esta quarta-feira que o seu país é vítima de assédio dos Estados Unidos e acusou Washington de querer apropriar-se do crude venezuelano, das maiores reservas de petróleo do mundo.
"Tomo a liberdade de denunciar que, apesar dos gigantescos esforços feitos pela OPEP para procurar a estabilidade do mercado petrolífero mundial, a Venezuela continua submetida a um 'regime' ilegal e assédio implacável de parte do imperialismo norte-americano e seus governos aliados, com a pretendida intenção de se apropriar das maiores reservas de petróleo do mundo", disse.
Tarek El Aissami falava em Caracas, ao finalizar um encontro com o secretário-geral da OPEP, Mohammed Barkindo, que se descolou à Venezuela a propósito do 61.º aniversário daquele organismo petrolífero.
O ministro venezuelano sublinhou que se trata "da maiores reserva de petróleo do mundo" e indicou que as intenções dos EUA, ficaram "evidenciadas pelas medidas coercivas unilaterais impostas contra a nossa indústria petrolífera e a estatal PDVSA, afetando assim a produção, refinação e exportação de petróleo bruto venezuelano desde há vários anos".
"Por esta razão, desde a Venezuela fazemos um apelo a que seja imperativo e urgente salientar a necessidade de adotar mecanismos que nos permitam enfrentar as agressões habitualmente dirigidas pelo Governo dos EUA contra o nosso país e os nossos parceiros no mundo", disse.
Tarek El Aissami recordou que desde dezembro de 2019 a OPEP "vê as sanções como distorções para o funcionamento eficiente do mercado".
"O petróleo que a Venezuela produz e exporta pertence ao mundo, isso quer dizer que a imposição de sanções contra a Venezuela é uma imposição também contra a OPEP, os países exportadores em geral, o mundo da indústria petrolífera", disse referindo-se ao expressado por Mohammed Barkindo, durante a 177.ª conferência da OPEP, em 2019.
Por outro lado, o ministro de Petróleo da Venezuela ratificou o compromisso de Caracas de "continuar a reforçar o Acordo de Cooperação OPEP Plus, agora prolongado até dezembro de 2022 com os mais elevados princípios de cooperação, complementaridade e paz internacional".
Por outro lado, o secretário-geral da OPEP, Mohammed Barkindo, explicou que aquele organismo tem passado por diversas "etapas e crise", mas que a provocada pela pandemia da covid-19 não tem precedentes.
"Podemos dizer, que os melhores dias para a OPEP e a Venezuela estão à nossa frente (por vir)", disse, referindo-se a que as perspetivas mundiais, são de um crescimento no consumo de gas e de petróleo até ao ano de 2045.