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Rússia. Apoiantes de Navalny acusam Google e Apple de "censura" política

17 set, 2021 - 10:27 • Lusa

Moscovo diz que os gigantes da tecnologia cumpriram a lei. Mas para a oposição diz que "suprimir a aplicação 'Navalny' das plataformas é um ato de censura política".

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Os apoiantes de Alexei Navalny acusam as empresas Google e Apple de terem suprimido o apelo ao voto "útil" proposto pelo oposicionista através das respetivas plataformas, denunciando "censura" num processo eleitoral em que a oposição foi "banida".

"Hoje, às 8h00, hora de Moscovo (6h00 em Lisboa), a Google e Apple suprimiram a nossa aplicação 'Navalny'. Quer dizer que cederam à chantagem do Kremlin", disse Leonid Volkov um dos mais próximos aliados do opositor russo através de uma mensagem difundida pela rede Telegram.

Esta sexta-feira, a aplicação não constava da lista disponível na Google e Apple, nem na Rússia nem em França, refere a France Presse.

"Suprimir a aplicação 'Navalny' das plataformas é um ato de censura política. O governo autoritário e a propaganda russos vão ficar encantados", disse no Twitter Ivan Jdnaov, diretor da organização de Alexei Navalny - Fundo de Luta Contra a Corrupção.

Navalny, que se encontra preso, apelou aos apoiantes para ao voto "útil" ("inteligente"), nomeadamente nos comunistas, que se encontram, em muitas regiões, melhor colocados para dificultarem o partido Rússia Unida, no poder.

A aplicação digital do oposicionista permitia aos utilizadores saberem - em cada circunscrição - qual o nome do candidato capaz de fazer face aos representantes do partido Rússia Unida.

Os gigantes da tecnologia cumpriram a lei russa e removeram a aplicação de telemóvel da oposição, que incentiva a votar contra candidatos no poder.
“Esta aplicação é ilegal no nosso país”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em conferência de imprensa.
“As duas plataformas receberam notificações” que as levaram a cumprir “o espírito e a letra da lei”, acrescentou.

Moscovo que tem criticado as empresas de internet devido a "conteúdos ilegais" convocou na quinta-feira representantes da Apple e Google a uma comissão parlamentar na Câmara Alta (Conselho da Federação).

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