24 set, 2021 - 17:25 • Redação com Lusa
A União Europeia (UE) denunciou, esta sexta-feira, ações de ciberespionagem "inaceitáveis" conduzidas pela Rússia contra vários responsáveis políticos europeus e admitiu considerar medidas sancionatórias.
"Alguns Estados-membros da UE observaram atividades cibernéticas maliciosas, coletivamente mencionadas pela designação 'Ghostwriter', e estão a associá-las ao Estado russo", referiu o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, numa declaração divulgada em nome dos 27 Estados-membros do bloco comunitário.
Borrell sublinhou que tais atividades "são inaceitáveis".
"Procuram ameaçar a nossa integridade e a nossa segurança, os valores e os princípios democráticos e o funcionamento fundamental das nossas democracias (...) em particular ao permitir a desinformação e a manipulação da informação", sublinhou o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.
De acordo com Bruxelas, as ações de ciberespionagem em questão, que envolveram acessos indevidos a sistemas informáticos e a contas de e-mail pessoais, mas também roubo de dados, visaram parlamentares, funcionários, políticos, jornalistas e membros da sociedade civil.
A Alemanha, que vai a votos no domingo, já tinha acusado os serviços secretos russos da realização de ataques de "phishing" (técnica de fraude online realizada com o intuito de obter informações confidenciais) contra parlamentares alemães. Também tinha denunciado tentativas para influenciar as eleições federais germânicas, marcadas para domingo.
A justiça alemã decidiu abrir uma investigação "por suspeita de atividades conduzidas por serviços de informações estrangeiros".
"A UE e os seus Estados-membros denunciam veementemente estas atividades cibernéticas maliciosas, que devem ser imediatamente interrompidas por todas as partes envolvidas", insistiu Josep Borrell.
O alto representante da UE para a Política Externa frisou, ainda, que os 27 instam a Federação Russa "a aderir às normas de comportamento responsável dos Estados no ciberespaço".
"A UE voltará a esta questão em futuras reuniões e irá considerar novas medidas", concluiu.