01 out, 2021 - 15:08 • Redação, com Lusa
O vulcão Cumbre Vieja, na ilha de La Palma, nas Canárias, tem uma nova boca eruptiva. A lava já ocupa mais de 700 hectares.
A nova boca do vulcão é considerada “muito efusiva”, segundo o Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC) de Espanha.
Esta nova fonte de lava situa-se a 400 metros a norte da principal boca do vulcão Cumbre Vieja. O magma escorre por um novo caminho.
“Não é uma boa notícia, porque pode afetar novas infraestruturas”, alerta Manuel Nogales, do CSIC, citado pelo jornal “El Mundo”.
O último balanço da erupção na ilha de La Palma aponta para mais de um milhar de edifícios destruídos. A lava ocupa uma extensão de sete quilómetros quadrados.
Desde o início da erupção, a 19 de setembro, já foram expelidos das entranhas da Terra mais de 80 milhões de metros cúbicos.
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou esta sexta-feira que haverá planos específicos para ajudar as famílias e empresas afetadas pelo desastre natural.
A Estação Espacial Europeia tirou uma fotografia, na quinta-feira, que mostra numa nova perspetiva do vulcão Cumbre Vieja a partir do espaço.
Entretanto, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) está a estudar a possibilidade de uma reação química provocada pelo vulcão de La Palma estar a criar uma “neblina” em torno das ilhas do grupo central dos Açores.
Em declarações à agência Lusa, Carlos Ramalho, do IPMA nos Açores, refere que a “visibilidade mais reduzida” e a “neblina” verificada no grupo central do arquipélago “poderão ter origem no vulcão de La Palma”.
Segundo disse, trata-se um “sulfato” que se “agrega com o vapor de água” e que cria aquela “neblina” devido à humidade elevada registada nos Açores.
O meteorologista realçou que o IPMA ainda “está a confirmar” a hipótese e destacou que essa possibilidade “não tem a ver com as cinzas” do vulcão, sendo antes um processo químico.