09 out, 2021 - 11:40 • Lusa
O ex-presidente brasileiro apelidou de "nefasto" o atual chefe de Estado, Jair Bolsonaro e, embora não tenha definido se concorrerá à Presidência em 2022, pediu aos cidadãos que elejam alguém "humanista" e que saiba governar.
Em Brasília, Lula da Silva reiterou as suas críticas à gestão do Presidente Jair Bolsonaro, devido a uma inflação que já ultrapassa os dois dígitos e aos mais de 16 milhões de brasileiros que "passam fome".
"Este país haverá de ter juízo para eleger alguém que respeite a democracia, que goste da democracia e que exercite a democracia nos seus atos quotidianos, seja quem quer que seja”, afirmou a jornalistas o ex-presidente.
“Alguém que tenha no mínimo sentimento, que tenha sentido humanista, que pense um pouco com o coração e pare de falar bobagem. Um Presidente não ganha eleição para falar bobagem, deveria fechar a boca e governar o país”, completou.
Lula também falou sobre o aumento do preço dos combustíveis e disse que Bolsonaro é “incompetente” para liderar o Brasil.
“Bolsonaro só esbraveja. Ele é totalmente incompetente para governar esse país. Ele não consegue controlar o preço da carne, não consegue controlar o preço da gasolina. O aumento do preço do combustível significa que o Brasil está precisando de um novo Presidente”, avaliou Lula.
O antigo mandatário declarou que "não esperava ver o Brasil pior do que em 2003", com "a fome voltando".
"Senti tanto orgulho quando a ONU anunciou a saída do Brasil do mapa da fome. Tudo que conquistamos está sendo destruído. Não tem explicação para o desastre da economia brasileira está vivendo hoje", criticou o histórico líder do Partido dos Trabalhadores (PT).
Apesar das críticas, o líder socialista deixou dúvidas se será candidato à presidência do Brasil no próximo ano.
“Vou decidir a minha candidatura no início do ano que vem”, garantiu.
O ex-presidente brasileiro esteve em Brasília, centro da política brasileira, à procura de alianças visando as presidenciais de 2022.
A um ano das presidenciais, Lula é o grande favorito à vitória e derrotaria Bolsonaro com 44% dos votos, quase o dobro do que o atual mandatário obteria (26%), segundo uma sondagem do Instituto Datafolha lançada em 17 de setembro.
A popularidade de Lula nas sondagens de intenção de voto coincide com as fortes críticas ao Governo de Bolsonaro, que tem 52% de desaprovação, o nível mais alto desde que assumiu o poder, em janeiro de 2019.