15 out, 2021 - 11:27 • Olímpia Mairos
O Índice Global da Fome 2021 alerta para retrocessos na luta contra a fome, com cerca de 50 países a não conseguirem atingir a Fome Zero até 2030.
Segundo o relatório divulgado pela ONG "Ajuda em Ação", a situação da segurança alimentar no mundo tornou-se em 2020 e 2021 ainda mais grave, devido ao “cocktail tóxico da crise climática, da pandemia e de conflitos violentos, cada vez mais graves e prolongados”.
O estudo que foi publicado na quinta-feira, dá conta que “a pobreza extrema aumentou pela primeira vez em 20 anos e a fome está de volta”.
“O progresso em direção à meta das Nações Unidas da Fome Zero até 2030, já de si demasiado lento, começa agora a mostrar sinais de estagnação ou mesmo de retrocesso, pondo em causa a segurança alimentar e o desenvolvimento económico e social de milhões de pessoas em todo o mundo”, alerta a ONG.
Na edição deste ano, o índice posiciona a Somália num nível de fome “extremamente alarmante”, República Centro-Africana, Chade, República Democrática do Congo, Madagáscar e Iémen em “níveis alarmantes”, enquanto Burundi, ilhas Comores, Sudão do Sul e Síria são classificados “provisoriamente como tendo uma situação alarmante”.
A Ajuda em Ação alerta que “em 2020, 155 milhões de pessoas estavam em situação de grave insegurança alimentar - um aumento de quase 20 milhões em relação ao ano anterior – e cerca de 30 milhões estavam à beira da morte por fome, o que significa que não sabiam de onde vinha a sua próxima refeição”.
“Em termos gerais, desde 2012, a fome aumentou em 10 países que apresentavam níveis moderados, graves ou alarmantes de fome, em alguns casos refletindo uma estagnação do progresso e noutros o agravamento de uma situação já complicada. Numa nota mais positiva, o relatório também destaca as melhorias significativas na luta contra a fome registadas em 14 países, num período entre 2012 e 2021”, conclui a ONG.
O relatório "Índice Global da Fome 2021", com o subtítulo "Fome e sistemas alimentares em situações de conflito", foi produzido pela rede europeia de ONG Alliance2015.