19 out, 2021 - 08:32 • Olímpia Mairos
Um mês após a primeira erupção, o vulcão de La Palma, nas Canárias, entrou em fase de “estabilidade e lentidão”, segundo o Comité Técnico do Plano de Emergências Vulcânicas das Canárias.
Mais de quatro mil estudantes regressaram na segunda-feira à escola em três concelhos da ilha, onde o vulcão Cumbre Vieja está em erupção desde 19 de setembro.
Apesar das aparentes boas notícias, o plano delineado para enfrentar as emissões vulcânicas está a causar alguma confusão, uma vez que entra em confronto com o plano das autoridades de saúde para enfrentar a pandemia.
Se o plano de atuação referente ao vulcão recomenda que as salas sejam isoladas para evitar o contacto com os piroclastos, as poeiras tóxicas e os gases emitidos pelo Cumbre Vieja, as autoridades de saúde preferem que as janelas sejam abertas para garantir o arejamento dos espaços fechados e, assim, colmatar a transmissão do coronavírus.
De acordo com as informações das autoridades à comunidade escolar, citadas pelo jornal Observador, as medidas devem depender do índice de qualidade de ar. Se ele for considerado “desfavorável”, “muito desfavorável” e “extremamente desfavorável”, as janelas devem ser mantidas fechadas e devem ser isoladas com toalhas molhadas ou fitas adesivas.
As últimas avaliações do Comité Técnico indicavam que o Cumbre Vieja estava a entrar numa fase de “estabilidade e lentidão”.
O presidente da comunidade autónoma espanhola das Ilhas Canárias, Ángel Víctor Torres, disse no domingo que não acredita que “o fim da erupção em La Palma está iminente”, apesar do facto de “o maior desejo de todos ser que este vulcão termine rapidamente.
Há 30 dias ativo, o vulcão Cumbre Vieja foi classificado pelo Governo das Canárias como a erupção na ilha de La Palma mais grave dos últimos 100 anos, na Europa.
Segundo o El País, não há mortes a registar, mas os mais de 80 milhões de metros cúbicos de lava já provocaram um rastro de destruição: 762 hectares de terras, 1.086 parcelas, 56,4 quilómetros de estradas, 226,8 hectares de bananeiras e 1.692 edifícios no valor de 201 milhões de euros.