21 out, 2021 - 07:48 • Lusa
O Presidente russo vai dar uma semana de férias pagas à população, de 30 de outubro a 7 de novembro, para travar o avanço da pandemia, que continua a agravar-se.
"Neste momento, é particularmente importante deter o pico da nova vaga da pandemia", disse Vladimir Putin durante uma reunião com o Governo sobre a situação sanitária na Rússia.
A ‘task-force’ do combate à pandemia anunciou que morreram 1.028 pessoas com Covid-19, em 24 horas, o número mais elevado desde o início da pandemia, que eleva o número total de mortos na Rússia para 226.353 - o maior da Europa.
Putin disse que apoia a proposta do Governo de introduzir um período de férias que se inicia em 30 de outubro e se estende até à semana seguinte, numa altura em que quatro dos sete dias já são feriados estaduais.
Putin acrescentou que em algumas regiões, onde a situação é mais ameaçadora, o período de férias pode começar já no sábado.
Em várias zonas, o aumento das infeções forçou as autoridades a suspender a assistência médica à população, já que as unidades de saúde foram forçadas a concentrar-se no tratamento de pacientes infetados com o novo coronavírus.
Os números diários de mortalidade com Covid-19 têm aumentando há diversas semanas e ultrapassaram 1.000 pela primeira vez no passado fim de semana – uma realidade atribuída a taxas de vacinação lentas, medidas de restrição frouxas e a relutância das autoridades em endurecer as medidas de combate à pandemia.
Nesta altura, apenas cerca de 45 milhões de russos, ou 32% dos quase 146 milhões de habitantes do país, estão totalmente vacinados.
Muitas das 85 regiões da Rússia já restringiram a participação em grandes eventos públicos e decretaram o acesso limitado a teatros, restaurantes e outros locais.
Alguns tornaram mesmo a vacinação obrigatória para certos funcionários públicos e pessoas com mais de 60 anos.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, admitiu que a situação é “muito triste”, lembrando que o nível de vacinação nessas regiões é particularmente baixo.
Em Moscovo, no entanto, a vida voltou ao normal, com restaurantes e cinemas lotados de gente, multidões enchendo bares e passageiros ignorando as regras de uso de máscara no transporte público, mesmo com as unidades de cuidados intensivos nos hospitais lotados.