28 out, 2021 - 07:30 • Lusa
O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, classificou de “palhaçada” o relatório de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) do Senado do país que o acusou de praticar crimes contra a humanidade e outros oito crimes na pandemia de Covid-19.
“Antes de falar em Ministério Público, quem tem um pouco de juízo sabe que foi uma palhaçada lá. [O relatório da] CPI do Renan [Calheiros]” disse Jair Bolsonaro, em entrevista à Jovem Pan News.
O chefe de Estado brasileiro, porém, admitiu que uma alegação dessa natureza "causa muitos problemas".
Bolsonaro também garantiu que não está preocupado com seu futuro, já que o relatório da comissão parlamentar "não vale nada", mas reconheceu que "fora do Brasil a imagem é péssima" e afeta até a economia do país.
“Há quem acredite que temos uma ditadura aqui, que prendo jornalistas, que cerceio a liberdade de expressão, que matei gente na pandemia e isso influencia quem quer investir no Brasil e depois não investe”, afirmou o Presidente brasileiro.
Segundo o governante, "tudo isso afeta a bolsa [de valores], a cotação do dólar, a inflação, prejudica a todos”.
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Jair Bolsonaro avaliou que as acusações contra si são movidas apenas pelos "interesses políticos de sete senadores", em referência ao número de parlamentares que aprovou o relatório da CPI da pandemia, que tinha 11 membros.
O relatório foi aprovado na terça-feira e faz duras acusações contra Bolsonaro e outros 77 pessoas e duas empresas por ações na pandemia, que no Brasil matou mais de 606 mil e infetou mais de 21,7 milhões de pessoas.
Bolsonaro é acusado de crimes contra a humanidade, violação de medidas sanitárias, charlatanismo, incitamento ao crime, falsificação de documentos, uso irregular de dinheiro público, prevaricação, epidemia com resultado morte e ataques à dignidade do cargo de Presidente.
Agora, estas denúncias serão apresentadas aos tribunais do país e, no que concerne a Bolsonaro, ao gabinete do procurador-geral da República, Augusto Aras.
As conclusões da CPI da pandemia também serão remetidas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Penal Internacional de Haia, devido à alegada prática de crime contra a humanidade.