31 out, 2021 - 23:27 • Lusa
"Temos que passar da conversa e debate e discussão para a ação conjunta no mundo real sobre o carvão, carros, dinheiro e árvores. Chega de mais esperanças, objetivos e aspirações, por mais valiosos que sejam, precisamos de compromissos claros e calendários concretos para a mudança”, vai dizer Boris Johnson na abertura da Cimeira de Líderes, na segunda-feira, segundo excertos do discurso divulgados hoje pelo gabinete do chefe do governo britânico.
Boris Johnson vai exortar os líderes a abolir o uso de carvão como fonte de energia, responsável por uma grande parte das emissões de gases com efeito de estufa, acelerar a transição para veículos elétricos e travar a desflorestação.
O primeiro-ministro britânico defende também mais apoio financeiro aos países em desenvolvimento mais vulneráveis ao impacto das alterações climáticas, pelo que prometeu mais mil milhões de libras para este fim, totalizando 12,6 mil milhões de libras (15 mil milhões de euros) até 2025.
A 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) abriu hoje formalmente e decorrerá até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, com o objetivo de atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
Mais de 100 chefes de Estado e de Governo vão estar nos dois próximos dias na cidade escocesa para apresentar os seus compromissos nacionais e discutir potenciais soluções para travar o aquecimento global e mitigar o impacto das alterações climáticas.
O primeiro-ministro português, António Costa, cancelou a sua participação devido à crise política no país desencadeada pelo chumbo do Orçamento na Assembleia da República na semana passada.
Cerca de 35.000 representantes de governos e observadores estão inscritos para participar nas negociações que pretendem pôr em prática o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta a entre 1,5ºC e 2ºC acima dos valores da época pré-industrial.
Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7ºC.