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COP26: Países vulneráveis pedem ação para escaparem a "condenação à morte"

01 nov, 2021 - 16:38 • Lusa

A primeira-ministra de Barbados sublinhou hoje que deixar o clima global aumentar mais de 1,5 graus até fim do século seria "condenar à morte" os países mais vulneráveis do mundo.

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A primeira-ministra de Barbados sublinhou hoje que deixar o clima global aumentar mais de 1,5 graus até fim do século seria "condenar à morte" os países mais vulneráveis do mundo.

Intervindo na cerimónia de abertura da Cimeira de Líderes Mundiais da conferência sobre o clima das Nações Unidas, Mia Mottley afirmou que países como o seu, uma nação insular com cerca de 300 mil habitantes, querem "sobreviver aos próximos cem anos".

"Se a nossa existência quer dizer alguma coisa, então temos que agir no interesse das pessoas que dependem de nós", afirmou perante mais de cem chefes de Estado e de Governo que participam na cimeira de líderes mundiais que se realiza no âmbito da 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26).

Mia Mottley afirmou que deixar aumentar a temperatura global em dois graus centígrados seria "uma condenação à morte para as populações de Antigua e Barbuda, Maldivas, Fiji, Quénia, Moçambique, Samoa e Barbados".

"Não queremos essa condenação e viemos cá dizer-vos para redobrarem os vossos esforços. O planeta precisa que ajam agora, não para o ano ou para a próxima década", reforçou.

A primeira-ministra de Barbados criticou o falhanço das nações mais desenvolvidas na promessa de contribuírem anualmente com 100 mil milhões de dólares anualmente a partir de 2020 para ajudar os países mais pobres a adaptarem-se às alterações climáticas.

"Falhar no essencial financiamento climático e no financiamento às perdas e danos que as nossas comunidades sofrem é imoral e injusto", considerou.

A primeira-ministra do Bangladesh, Sheikh Hasina, defendeu na sala onde se reúne o plenário de chefes de Governo que os países mais desenvolvidos devem "disseminar tecnologias "verdes" a preços acessíveis aos países mais desenvolvidos" e "cumprir os seus compromissos financeiros" para com essas nações.

Sheikh Hasina, cujo país definiu nas suas metas nacionais usar "40% de energia produzida a partir de fontes renováveis até 2041", defendeu ainda que haja uma "partilha global de responsabilidade na ajuda a migrantes climáticos", obrigados a abandonar os sítios onde vivem por causa de subidas do nível das águas do mar, aumento da salinidade dos solos, inundações e secas.

Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, na 26.ª Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre alterações climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.

Apresidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, prometeu mais 4,3 mil milhões de euros de financiamento a países vulneráveis.

Numa intervenção na Cimeira de Líderes Mundiais, a dirigente europeia destacou a importância de mobilizar o financiamento para apoiar os países vulneráveis a adaptarem-se e avançarem para energias renováveis.

Os países desenvolvidos têm sido criticados por não terem cumprido o objetivo de mobilizar 100 mil milhões de dólares por ano a partir de 2020, montante que só deverá ser alcançado em 2023.

Além dos 27 mil milhões de dólares (23 mil milhões de euros) mobilizados em 2020 para medidas de adaptação, a presidente da Comissão Europeia anunciou cinco mil milhões de dólares (4,3 mil milhões de euros) adicionais até 2027 do orçamento da UE, e uma duplicação do financiamento para a biodiversidade, especialmente em países vulneráveis.

“A Equipa Europa já é o maior fornecedor de financiamento climático. Quase metade do nosso financiamento é para adaptação”, vincou.

A presidente do executivo comunitário falava numa sessão de declarações abertas a todos os chefes de Estado ou chefes de governo presentes em Glasgow, sobre as suas metas e planos para combater as alterações ambientais.

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