01 nov, 2021 - 17:09 • Lusa
"A chave para os próximos 15 dias, aqui na COP, é que os maiores emissores, cujas estratégias nacionais não estão em linha com a nossa meta de 1,5 graus, aumentem as suas ambições nos próximos 15 dias. É a única forma de tornarmos a nossa estratégia mais credível", afirmou o chefe de Estado francês na sessão plenária da Cimeira de Líderes Mundiais da 26.ª Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre alterações climáticas (COP26).
Macron pediu àqueles países que "elevem a sua ambição nos próximos 15 dias", numa alusão à Rússia e à China, que estão ausentes em Glasgow, embora esteja prevista uma declaração escrita do líder chinês, Xi Jinping.
Na sua intervenção, o Presidente francês pediu igualmente que a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE) verifique que as transferências dos países mais industrializados para mitigar as alterações climáticas nos países em desenvolvimento cheguem realmente ao seu destino.
COP26
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"Os países de África, do Pacífico, das Caraíbas e da América Latina e América do Sul que mais precisam não são os que recebem a maioria desse financiamento, nós sabemos", acusou, sugerindo que a OCDE deve produzir um relatório anual "em plena transparência" sobre a utilização de cem mil milhões de dólares que os países desenvolvidos se comprometeram a entregar entre 2020 e 2025.
Segundo a OCDE, apenas 79,6 mil milhões de dólares foram reunidos no âmbito deste compromisso internacional, e Macron deixou a mensagem aos seus pares de que a França e a União Europeia "estiveram ao nível dos seus compromissos e até um pouco mais acima".
O Presidente francês defendeu que "todos os países desenvolvidos devem contribuir, na sua justa medida, porque a liderança exige exemplo", e referiu que "os três eixos essenciais" que permitiram o Acordo de Paris em 2015 foram "a ambição, a solidariedade e a confiança".
"Sabemos que nossa meta é de 1,5 graus até ao final do século", afirmou, advertindo que o mundo caminha, porém, para um aumento de 2,7 graus no final do século em relação aos valores pré-industriais e os anúncios feitos em vésperas da COP26 "começam a reduzir essa lacuna", mas não a fechá-la".
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Aumentar os compromissos e acelerá-los para reduzir as emissões de CO2 em 2030 "é a única maneira de tornar credível" a meta de 1,5 graus, disse ainda.
Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, na 26.ª Conferência das Nações Unidas (ONU) sobre alterações climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.
Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.