02 nov, 2021 - 11:56 • Lusa
Uma dezena de civis foram mortos no norte do Burkina Faso, num ataque imputado a jihadistas perto da fronteira com o Níger.
"Indivíduos armados, provavelmente membros do EIGS (Estado Islâmico no Grande Sara) intercetaram residentes de Dambam, que se deslocavam a caminho do mercado de Markoye" na região do Sahel (norte) e "uma dezena foram executados", informou a fonte militar, citada pela agência France Presse.
Os militares foram destacados para a área e "estão a efetuar buscas, uma vez que quatro outras pessoas que também se deslocavam para Markoye ainda estão desaparecidas", acrescentou.
Um funcionário eleito da administração local confirmou o ataque e explicou que "os terroristas bloquearam a estrada no troço entre Dambam e Markoye e intercetaram todos os que iam ao mercado”.
"Havia pessoas a pé, em triciclos ou em motas", disse ainda o funcionário, acrescentando que "as quatro pessoas desaparecidas foram raptadas pelos jihadistas".
Segundo outro funcionário em declarações à AFP, "a maioria das vítimas foi cobardemente assassinada, as gargantas cortadas e os seus triciclos incendiados". Este funcionário manifestou ainda preocupação com "o aumento dos ataques contra civis nas últimas semanas".
"A 29 e 30 de outubro, grupos armados fizeram incursões em várias localidades da região: saquearam propriedades, levaram gado e raptaram habitantes", afirmou.
Markoye é uma localidade no Burkina Faso, a cerca de 15 quilómetros da fronteira do Níger, na zona conhecida como "três fronteiras", nas fronteiras do Burkina Faso, Mali e Níger. Esta região é palco de ataques sangrentos e regulares por parte de grupos extremistas islâmicos há vários anos.
O país enfrenta ataques jihadistas regulares desde 2015, particularmente nas regiões norte e leste do país, perto do Mali e do Níger, países que também enfrentam este tipo de ataques.
Estes ataques, frequentemente associados a emboscadas e atribuídos a movimentos jihadistas afiliados ao grupo Estado Islâmico e à Al-Qaeda, mataram mais de 2.000 pessoas e forçaram mais de 1,4 milhões a fugir das suas casas.